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Vida e obra de Judy Garland são apresentadas em musical na Glória


Luciana Braga (Foto: Beti Niemeyer)

Judy Garland é considerada um dos maiores nomes da era de ouro de Hollywood. Estrelou 38 filmes ao longo dos seus 42 anos de vida, mas foi sua atuação como Dorothy no filme “O Mágico de Oz” (1939) e sua interpretação para a canção “Over The Rainbow” que a transformaram em um ícone da indústria cinematográfica. Nesse mês da mulher, a atriz Luciana Braga apresenta sua vida e obra no espetáculo “Judy – O Arco Íris é Aqui”, em cartaz no Teatro Prudential até o dia 26 de março.


“Há a imagem de que a vida da Judy foi só desgraças. Era uma mulher engraçada, divertida, com senso de humor tremendo. Ninguém fala disso, mas a gente mostra todos os lados dela, inclusive esse palhaço. Queremos que as pessoas entendam Judy por inteiro”, orgulha-se Luciana, que desde a infância, é comparada com Judy por sua aparência física. “Agora com 60 anos, fiquei mais parecida” Com a pandemia, o diretor Flávio Marinho, de quem era amiga há muitos anos, a incentivou a estrelar o trabalho. “Comecei a estudar como cantar como ela, já que meu timbre é diferente. Não a imito, mas reproduzo o estilo. Me preparei por 1 ano e meio. É um musical nada convencional, principalmente porque é solo. Não traz um grande elenco nem mesmo um coro. Há só eu e dois pianistas em cena”.


Diferente de outras produções, a peça não foca apenas na vida de Judy. Tal aspecto é apresentado comparando com a realidade de Luciana, que também é atriz e mãe. “A gente traça um paralelo de forma que o público faça reflexão de como se construía um artista na época e como é hoje. Antes, eles viviam para serem consumidos. Era frequente de Hollywood morreram jovens, drogados, com problema com álcool, depressão... Entravam nessa máquina e eram movidos pelo sucesso tremendo. Era uma indústria que massacrava essas pessoas. É interessante fazer o paralelo com um artista no Brasil”.


Questões pessoais também são levadas ao palco. “A Judy teve três filhos e eu, duas filhas. Como é essa coisa da mulher, atriz e toda a montanha russa da vida, com seus altos e baixos? A gente não a coloca como uma diva, mas sim um ser humano. Foi uma grande estrela, mas também uma pessoa normal como qualquer outra. O texto a tira daquele lugar de intocável e a coloca como uma mulher que amou, foi amada, que buscava a felicidade, que teve filhos... Como foi pra ela, como é para mim? Torna-se contemporâneo. É uma abordagem bem pessoal”.


Antes do espetáculo ser, de fato, montado, havia a preocupação se o público compreenderia essas diversas nuances apresentadas, o que levou à realização de uma leitura no próprio Teatro Prudential. “Não sabíamos nem se aquilo era bom e se o pessoal iria entender que em algumas horas, o texto é sobre a Judy e em outro, sobre a Luciana, mas a reação de todos foi incrível”, lembra, mencionando que ainda assim, o material foi aprimorado para uma segunda leitura, que tinha como objetivo buscar patrocínio – o que a dupla não conseguiu. Foi nesse momento que a artista, junto com Marinho, se deu conta de que em 2022, ocorreria o centenário do nascimento da atriz. A partir disso, o diretor decidiu montar a encenação do próprio bolso e a estreia, no Teatro Vanucci, ocorreu no dia que seria o aniversário da estrela, em 10 de junho.


“As críticas foram maravilhosas, fomos muito bem recebidos, mas demos uma parada porque veio eleição, Copa, Natal… Havia muitas coisas acontecendo”, conta, mencionando que a temporada atual no Rio é curta porque a peça sairá em turnê depois. Cidades como São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza serão visitados.


Serviço: Temporada até 26 de março | Teatro Prudential (Rua do Russel, 804 – Glória - tel: 21 3553-3557) | Horários: sextas e sábados às 20h e domingos às 18h | Ingressos: R$90 e R$45 (meia).

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