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Vendedora de coco tem trabalho reconhecido com moção honrosa da Prefeitura


A vendedora de coco Lucy de Freitas Alves, a Lucy do Coco, foi reconhecida pela Prefeitura com uma moção honrosa. Há 18 anos trabalhando na Rua Xavier da Silveira, quase esquina com Rua Barata Ribeiro, a ambulante já havia conquistado o carinho da clientela e recebeu com surpresa a gratificação do Poder Público, que reconheceu a qualidade do seu trabalho.


“Eu não sabia que receberia uma”, conta, surpresa, lembrando que ao ser entrevistada pelo assessor do vereador Carlo Caiado, acreditou que seria assunto em reportagem jornalística, cuja demora em ser publicada chamou sua atenção. “Eu não estava entendendo por que o material nunca saía”, ri, lembrando ter ficado ainda mais confusa quando foi novamente procurada pela equipe do parlamentar para agendar o recebimento do título. Lucy só descobriu que se tratava de uma festa em sua homenagem quando o assessor chegou mostrando a moção e mesmo assim, não entendeu a grandeza do reconhecimento de imediato.


“Demora para cair a ficha”, analisa, mencionando que as parabenizações por parte dos clientes a fizeram compreender a grandeza. “Na hora, fiquei meio boba. Agora, noto que o tamanho do amor que Deus tem por mim é muito grande. Olha quantas pessoas boas Ele botou em meu caminho... Recebo mais do que dou. Sou muito privilegiada”.


Orgulhosa de sua moção, Lucy ainda pensa em como expor o documento em sua barraca. Inicialmente, planejou tirar xerox dele e exibir a reprodução plastificada, mas o selo da Prefeitura não teria saído bonito na réplica, opina. “Tenho medo que roubem (o original). A cópia não ficou igual”, lamenta. Enquanto compartilhava essa ideia com a equipe do Jornal Posto Seis, Lucy foi abordada por um cliente que, ao ver o título em suas mãos, sugeriu: “Isso tem que ficar pendurado aqui. Tem um valor importantíssimo”, avaliou Jaime Martins da Silva, que continuou: “ela mereceu porque fez tudo sozinha. Só de uns tempos para cá que começou a ter a ajuda de uns garotos. Ela se difere por sua dedicação, pela limpeza e pelo tratamento com os clientes. Eu poderia passar a tarde falando qualidades sobre ela”.


Seu discurso foi complementado pelo de outra cliente que também passava no momento. “Moro na Rua Joaquim Nabuco, na parte de Ipanema, e venho até aqui comprar coco porque a limpeza da barraca dela é impecável, além de a Lucy ser uma pessoa muito agradável. Não a toa, quem tem filhos sempre os trazem aqui. Ela merece muito essa homenagem e a Prefeitura, também por esse reconhecimento justo”.


Descendente de indígenas, Lucy é natural de Cachoeira de Macacu. Apesar do sucesso da barraca, sonha alto: recentemente, deu entrada em uma propriedade onde pretende montar um criadouro de peixes e, talvez, uma pousada. “Quero também plantar cacau e café ali, mas sem desmatar para não perder a nascente que existe no terreno”. Em meio a tantos planos profissionais, afirma que o lado empreendedor é mais forte que o feminino. “Sou muito determinada. Não tenho vaidade. O tempo passa rápido demais. Não sei até quando terei forças para trabalhar aqui. Arrasto sacos de coco como homem e os abro com a maior facilidade porque com delicadeza, não conseguiria”, conclui, sem perceber a força de sua feminilidade.

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