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Torneio de vôlei de praia homenageia o passado do esporte em Copacabana


Em 19 e 20 de novembro, a Rede do Paulão, situada em frente à Rua Souza Lima, promoveu a II Copa Bahia, que aclamou o antigo morador de Copacabana que fundou aquela rede há quase 64 anos. Os vencedores do primeiro dia foram a dupla Marley e Átila e do segundo, o quarteto Oscar, Chris, Marley e Carlinhos. Além da confraternização que celebrou a união do grupo, o campeonato, ao relembrar Bahia, também exaltou o passado do vôlei de praia em Copacabana.


“A maioria dos participantes são pessoas conhecidas, que jogam na rede. De fora, ninguém”, conta o responsável pela ação, Paulo Alarcon, o Paulão. Foi ele quem decidiu glorificar a figura de Bahia. “Quando ele faleceu, foi triste. Era um cara muito antigo ali. Pensei: ‘vamos fazer uma homenagem para ele’. Já fizemos a primeira e agora, a segunda. Isso mantém o nome dele vivo. Foi uma pessoa que viveu ali muitos anos”.


Na época de Bahia, o cenário na praia era outro: além de sua rede, havia um campo de futebol, o do Lá Vai Bola, ao lado. “Agora não. O mar está subindo”. Essas mudanças – e como elas impactaram as redes de vôlei daquele trecho da praia – são lembradas por Paulão, que, antes de gerir essa rede, atuou em outra ainda mais tradicional. “ A minha, que existia em frente ao Edifício Igrejinha (entre as ruas Júlio de Castilhos e Francisco Sá), foi fundada em 1948 por alguém do meu prédio. Depois, com o tempo, a licença passou para mim, mas foi extinta por causa da construção dos quiosques novos. O erguido naquele trecho invadiu 11m na areia. Acabaram com meu módulo e o da Tia Leah, que também era antiquíssimo. Não tinha como manter trave de vôlei ali, só se fosse na beira da água”, lembra, citando que a rede do Bahia só foi preservada por causa dos cabos de fibra ótica que passam por baixo daquele ponto. “Não puderam cavar e foram mais para frente. Acabaram com minha rede e fiquei com essa outra. A licença passou para mim há anos”


Ele recorda-se, saudoso, que antes das obras, a situação na região era diferente: “Quando ali foi aterrado, a areia ficou bem grande. Com o tempo, o mar começou a vir. Você vê que ali perto do Posto 6 já está lá em cima. Nesse trecho, a praia encurtou bastante. Tenho uma foto de quando minha rede ainda estava ‘viva’. Mostra eu sentado na beira d’água com minha filha, que hoje tem 38 anos, pequenininha e minha trave de vôlei lá longe, na beira da calçada. Aquela distância não existe mais. A rede do Igrejinha era exatamente onde há coqueiros na Atlântica, quase esquina da Francisco Sá. O mar ia até lá em cima e a pista dos carros era perto dos prédios. Aterraram e a praia ficou bem grande, mas agora, não é mais”. Tais alterações impactaram até na prática esportiva daquela região: “Depois da minha rede, há outra ao lado, que era do Nereu; e a do Maranhão (ambos já falecidos). Daquele espaço até o final, não há mais redes: só a do Forte e a do Marimbás, já lá embaixo. Naquele meio havia um monte, como a do Freitas. Acabaram todas. A gente conseguiu sobreviver”, cita, mencionando mais um motivo para fazer a homenagem ao antigo jogador.


O próximo torneio já está sendo definido pelo grupo de maneira interativa: os próprios participantes estão palpitando sobre o mês que ele será realizado e a cor da camisa. “Eu escolhi janeiro. Se a maioria quiser, depois a gente resolve o dia”.

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