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Santuário Nossa Senhora das Graças destaca-se como local de meditação para devotos

Publicado na edição 341 (1ª quinzena de julho de 2012)

Criado no ano de 1973, na entrada do Túnel Sá Freire Alvim (final da Rua Barata Ribeiro, esquina com a Rua Djalma Ulrich), o Santuário Nossa Senhora das Graças destaca-se por ser uma área não apenas de lazer, mas de meditação para devotos e moradores de Copacabana.


A ideia de projetar um santuário em homenagem à referida santa surgiu da residente Jercy Short (já falecida), depois que ela recebeu uma graça. Na época, um parente próximo sofreu um acidente considerado gravíssimo, na Serra das Araras, e tinha poucas chances de sobreviver. Fiel, Jercy prometeu que, se houvesse um milagre e a recuperação do estado de saúde dele, ela construiria o local para devoção a Nossa Senhora das Graças.


Com o consentimento do governador do antigo estado da Guanabara na época, Antônio de Pádua Chagas Freitas, Jercy pôde concretizar sua promessa. A estátua que lá existe foi doada pela Igreja São Paulo Apóstolo. Cuidou do local e dedicou-se a ele por anos. No entanto, após sua morte, o santuário ficou abandonado e serviu de abrigo para moradores de rua. A vegetação foi devastada, o que prejudicou o ecossistema da região e fez com que animais como cutias e gambás desaparecessem. No local, também existia um único exemplar de macaco-prego fêmea, que foi assassinado.


Após longo período de abandono, o santuário foi reinaugurado no dia 27 de março de 2002, com uma missa realizada pelo Padre Marco Lázaro. Na ocasião, o então secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes, prometeu que a Fundação Parques e Jardins, junto com a Guarda Municipal, manteria o local limpo, organizado e seguro. Atualmente, o espaço, considerado Área de Proteção Ambiental do Cantagalo, Pavão-Pavãozinho e Cabritos, tem o olhar especial de alguns moradores, como Maria Tereza de Mello Tavares, que foi homenageada na mesma época, pela secretaria de Meio Ambiente, com um diploma de reconhecimento pela dedicação ao santuário.


Recentemente, a localidade também sofreu com a redução na frequência de alguns devotos, após o início das obras da Linha 4 do metrô. Os detritos lançados no ar por causa da dinamitação das rochas fizeram com que muitos na redondeza adoecessem (muitas crianças, segundo Maria Tereza, adquiriram alergias), o que fez com que outros deixassem de ir ao lugar. Com a divulgação na mídia, a empresa responsável pela obra foi obrigada a colocar filtros de ar para resolver o problema.


Para Maria Tereza, a expectativa é que mais visitantes procurem o santuário, que fica aberto de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. Segundo ela, também há encontros para oração, todas às terças e quintas-feiras, promovidos por grupos (de todas as idades) da Igreja São Paulo Apóstolo. Novas diretrizes estão sendo traçadas para cuidar do local e, de acordo com a moradora, um dos objetivos é instalar um altar para que o Padre Paulo de Tarso possa celebrar missas. Além disso, há pretensão de transformar a entrada do santuário em um espaço de lazer para os visitantes. Atualmente, além da limpeza promovida constantemente pela Comlurb, a Rio Luz faz os reparos na iluminação e um guarda municipal faz a segurança do local.


“O santuário significa muito para mim porque sou uma pessoa de muita fé e, através da santa, já obtive milagres. Quando as pessoas visitam o santuário sentem muita alegria e paz. Além de ser um espaço bucólico, também é um lugar de muitas graças”, conclui Tereza.

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