top of page

"Copacabana 130 Anos": Revolta dos 18 do Forte


Julho de 2022 é marcado não apenas pelos 130 anos de Copacabana, mas também pelo centenário da Revolta dos 18 do Forte. Foi um dos acontecimentos mais importantes da história do bairro e ficou marcado como o primeiro movimento contra a república velha no país.


Naquele cenário, a economia sofria com a baixa demanda internacional por café. Em paralelo, os militares estavam insatisfeitos com o Governo por motivos diversos. Por isso, apoiaram, chefiados pelo Marechal Hermes da Fonseca, quando o fluminense Nilo Peçanha candidatou-se à presidência, o que romperia a política do café-do-leite (oligarquia através da qual paulistas e mineiros se alternavam no cargo).


Quando o jornal Correio da Manhã publicou uma carta supostamente assinada pelo candidato Arthur Bernardes chamando Hermes de “sargentão sem compostura” e comparando o banquete oferecido a oficiais a uma orgia, o conteúdo repercutiu negativamente. Tratava-se de uma falsificação, mas muitos militares seguiram acreditando ser verdade, o que deu início ao plano de depôr o presidente Epitácio Pessoa para evitar a possível posse de Bernardes.


Enquanto Hermes se deslocava para a Vila Militar, foi preso e sem que os oficiais de Copacabana soubessem, dispararam tiros de alerta que sacudiram violentamente os prédios da orla. Ao amanhecer, os revolucionários de Copacabana não tinham informações de que o grupo da Vila Militar havia sido derrotado, o que os levou a atirar novamente à noite. Dessa vez, construções civis foram atingidas na tentativa de acertar o Ministério da Guerra. Em meio às negociações pelo cessar fogo, a Fortaleza de Santa Cruz e o Forte Imbuhy atiraram contra Copacabana


Ao raiar do dia, os encouraçados São Paulo e Minas Gerais contra a fortificação, motivando novos tiros por parte dos revolucionários, que atiraram contra o Forte do Vigia, o quartel-general do Exército e outras construções civis, novamente por erro de cálculo. Em nova tentativa de negociar o cessar fogo, o comandante Euclydes da Fonseca, filho de Hermes, deixou o Forte e foi preso. Com isso, o comando do Forte passou a Siqueira Campos.


O grupo deixou o local rumo ao Palácio do Catete e derrubar o governo. Acompanhados por um civil, o grupo seguiu pela orla, onde parou no Hotel Londres, na altura da Rua Santa Clara, para beber água. A foto famosa do grupo foi feita logo depois pelo fotógrafo Zenobio Couto.


Em seguida, um dos pelotões que representavam o governo deparou-se com o grupo, que se recusou a se entregar, dando início ao combate final. Dos revoltosos, apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram. Apesar do movimento, Arthur Bernardes foi eleito e assumiu a presidência

bottom of page