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Projeto social no Leme transforma adolescentes em profissionais da capoeira


O Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação (IBCE) iniciou o mês de agosto com uma grande conquista. A ação social, sediada na comunidade da Babilônia, no Leme, recebeu duplo reconhecimento ao ganhar os selos “ONG certificada” e “Transparência”, ambos concedidos pelo Instituto Doar, um dos maiores certificadores sociais do Brasil. Essa verificação coroa o trabalho do grupo, que prepara adolescentes para o mercado de trabalho usando a capoeira como motivador.


A atividade de formação está em sua segunda turma e atualmente, atende 19 participantes – outros 14 já se formaram. “Estes meninos vêm aos sábados, das 9h às 19h, e além da aula de capoeira, obviamente, também são preparados para o mercado de trabalho”, explica o responsável pela ação, Omri Breda, o Mestre Ferradura, mencionando que o preparo abrange o aprendizadfo para os integrantes ensinarem para crianças e muito mais. “Há preparação também cultural sobre esse universo com todos os aspectos socioemocionais, como trabalho em grupo, receptividade a feedback…Fora isso, eles aprendem sobre apresentação pessoal, falar em público e uso correto de linguagem, além das outras matérias como sustentabilidade, inglês, música, português, computação e matemática. A preparação melhora o potencial de empregabilidade, além de servir como reforço escolar. São jovens da pandemia. Ou não tiveram acesso à instrução naquele período ou receberam de maneira precária”, complementa, citando que o grupo atende o público dos 13 aos 20 anos que, durante a participação, recebe uma bolsa-auxílio – os que concluem as aulas recebem uma parcela a mais.


Uma vez formados, os participantes – todos inscritos por meio de uma chamada pública e selecionados após entrevistas com os próprios e seus familiares – multiplicam o conhecimento, possibilitando que outros adolescentes aprendam capoeira. “Os que se formam, se quiserem continuar e tiverem o perfil desejado, se tornam monitores. Hoje, cinco jovens da turma do ano passado estão como assistentes e já ingressaram no mercado de trabalho. Estão dando aulas junto com a gente no Leme, na Escola Municipal São Tomás de Aquino”, continua Ferradura. As atuações, entretanto, não são limitadas ao bairro: “Eles também participam de outros projetos sociais que fazemos fora daqui como no Pinel; no Degase; no Instituto Benjamin Constant; para a população em situação de rua no Centro; com as crianças da Rocinha, do Cerro Corá e do Pereirão (estas duas comunidades são situadas no Cosme Velho e em Laranjeiras, respectivamente)… Eles passam a liderar essas atividades”. Apenas em 2023, foram realizados 6 mil atendimentos nesses endereços e em outros, como a comunidade da Maré.


Todos os profissionais envolvidos com o IBCE são voluntários – ao todo, são nove, mais 15 que formam uma rede de apoio informal -, uma vez que o instituto conta apenas com doações para funcionar. Por isso, Ferradura inscreve o projeto em diversos editais que possam contemplá-lo e a seriedade do trabalho levou à ação ser agraciada em vários. “Nesse ano, por exemplo, fomos contemplados pela Lei Paulo Gustavo e por um programa na Itália. Também recebemos (no fim de 2023) um prêmio do Zico no Jogo das Estrelas (evento beneficente que reúne jogadores de futebol renomados e cuja renda é destinada a projetos sociais) e o Razões Para Acreditar (site que reúne notícias boas e iniciativas transformadoras) fez uma vaquinha para a gente”. Em paralelo às ajudas, vieram outros reconhecimentos, como um concedido pela Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, que reconheceu o instituto como Ponto de Cultura a partir dos critérios estabelecidos pela Lei Cultura Viva.


Os interessados em ajudar podem contribuir por meio do PIX 38.353.326/0001-75 (em nome do próprio Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação) ou da plataforma Benfeitoria www.benfeitoria.com/projeto/escolaibce.

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