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Nova marchinha de João Roberto Kelly exalta profissionais gays do carnaval


A nova marchinha de João Roberto Kelly, “Eu Sou Gay”, tem de tudo para fazer sucesso nesse carnaval. Lançada cerca de um mês antes da festa, a letra exalta a comunidade homossexual e sua participação na comemoração.


“Os gays são a alma disso tudo, da beleza do carnaval”, opina Kelly, apontando a necessidade de homenagear os profissionais que são responsáveis por construir a festividade “desde o que coloca prego na alegoria da escola de samba até o que faz o esboço das fantasias e dos carros”. “Não dão valor para eles, por isso resolvi fazer a música. Desde o tempo que eu tinha um programa de samba prestei atenção nisso. Eu dizia ‘meu Deus, essa maravilha toda que está aí foi feita por muitos tijolinhos gays’”.


Kelly, que afirma ter sido um “velho pegador”, cita que grandes carnavalescos, como Joãosinho Trinta e Max Lopes, faziam parte desse grupo, assim como alguns dos atuais e que, em sua visão, são responsáveis por enredos interessantes que serão levados ao Sambódromo nesse ano. “São a alma disso tudo, a beleza do carnaval”, elogia. O artista lembra ainda que os grandes bailes do Theatro Municipal foram idealizados por homossexuais: “Eram maravilhosos! Botavam tablados em cima das cadeiras, ficava um negócio parecido com as 1001 noites.”


Ainda em relação à nova marchinha, Kelly ressalta que não se trata de uma resposta à “Cabeleira do Zezé”, um de seus maiores sucessos e que ganhou uma conotação diferente na medida em que o público passou a inserir o caco “bicha” depois de “será que ele é?”. “Essa ‘bicha’ não é minha. Não fui eu quem coloquei na música. Quem fez foi o povo, é um dizer maluco que eu, particularmente, não acho necessário. A música não é gozação a ninguém”, explica, continuando: “Fiz para mexer com um garçom que me servia no Bar São Jorge, quando eu trabalhava na TV Excelsior. Um dia, ele apareceu e era uma figura muito engraçada, todo com a moda dos anos 1960 de calça apertada, cabeludo… falei: ‘Se eu fosse desenhista, faria uma caricatura, mas vou fazer o que sei, uma marchinha. Foi para esse cara, José Antônio,”, diz, finalizando:


“Confesso que não acho graça (nessa mudança), mas tenho que aceitar. Mudou o sentido da música. O ‘será que ele é?’ é explicado na segunda parte… ‘Será que ele é bossa nova’, que tava surgindo? ‘Maomé’, com aquele cabelo grande? ‘Transviado’ era tipo o Carlos Imperial, aquele pessoal cheio de marra. Eram os malandros”.


“Eu Sou Gay” foi lançada, segundo Kelly, de última hora, mas a recepção tem sido positiva, em sua visão. “Modéstia à parte, a melodia é agradável e a letra, fácil de decorar. A gravação ficou muito bonitinha! Quem está cantando é o Carlinhos Madame, crooner de vários conjuntos. Ficou muito simpático!”. A filmagem aconteceu no Estúdio Lúcio Mariano, em Copacabana, apontado pelo artista como um parceiro em seus trabalhos. Firmando a união, Kelly estará presente no bloco carnavalesco presidido por Mariano, Confraria do Peru Sadio, que desfila na segunda-feira de carnaval, a partir das 14h, no Leme. “Esse ano vai ser muito bom! Vou lá cantar minhas marchinhas como ‘Mulata Bossa Nova’, ‘Colombina Onde Está Você’...”, convida.

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