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Mateus Carrieri volta ao Rio com "O Vendedor de Sonhos"


O espetáculo “O Vendedor de Sonhos”, baseado no best-seller de Augusto Cury e em cartaz há cinco anos, voltou ao Rio. Emoção, reflexão, questionamentos, relações humanas, conflitos, risos e transformação são alguns dos elementos que prometem tocar o público carioca nessa temporada, no Teatro Vanucci, e que novamente traz Mateus Carrieri como protagonista. Um dos a permanecer no elenco desde o começo, o ator conversou com o Jornal Posto Seis sobre o trabalho.


A trama conta a história de Júlio César, vivido por Carrieri, que tenta acabar com a própria vida, mas é interrompido por um mendigo, o Mestre (interpretado por Milton Levy). Este lhe vende uma vírgula, para que continue a escrever a sua história e nessa trajetória, os dois encontram Bartolomeu (Adriano Merlini), um bêbado boa-praça, que decide se unir a eles na missão de vender sonhos e de despertar a sociedade doente, missão que é ameaçada por uma revelação do passado do Mestre.


“Nesses cinco anos, percebemos a importância de falar sobre assuntos como este. Eles mexem com a gente. Nesse meio tempo, a pandemia interferiu bastante”, palpita Carrieri, continuando: “A gente fala sobre doenças da mente. Depressão, pânico, ansiedade e em um último estágio, tentativa de suicídio. Na pandemia, percebemos o quanto esses sentimentos foram potencializadas”. Em sua visão, este período mudou a maneira do público interpretar o texto. “A peça já falava sobre isso, mas talvez as pessoas não percebessem tanto a importância de conseguir reagir bem aos problemas. Eles vão continuar acontecendo e com todo mundo, apesar de todo mundo achar que o seu é o mais grave. Aí que entra a importância dos ensinamentos. Ler um livro do Augusto é uma aula. Você percebe que pode ter atitudes diferentes para reagir de maneira mais positiva a todas as mazelas da vida. As redes sociais mostram que a vida do outro é mais legal porque ele viaja mais, vai em restaurante melhor, é mais bonito e sarado… Por mais dinheiro que seja importante, não significa que vá ser feliz o dia todo. Pode ficar doente e ter uma doença intratável, como o Steve Jobs”.


Exatamente por causa da pandemia o espetáculo passou por algumas mudanças, uma vez que o número de casos de pessoas com doenças mentais. “Antes, falavam em depressão como frescura e ‘mimimi’. Ainda há quem trate dessa forma, mas graças a Deus, isso mudou. As próprias empresas perceberam que uma das coisas que mais tira funcionário do trabalho é saúde mental. Minha esposa trabalha em um grande banco e nota muitos funcionários com Burnout”, exemplifica, citando outros casos que acompanha: “Tenho três filhas adolescentes e a maioria dos amigos delas já tomam remédios. Antigamente, isso era associado a pessoa muito louca. Agora, todo mundo faz terapia. Falo para elas filhas que psicologia é a profissão do futuro. A IA está fazendo um monte de coisa, mas vamos precisar de alguém para cuidar da nossa cabeça”.


Em sua visão, a montagem ajuda o público a se sentir melhor. “Falo sem falsa modéstia. A gente percebe isso nos feedbacks. Muita gente nos espera na saída do teatro para conversar. Também recebemos mensagens nas redes sociais, recebemos mensagens. O próprio Augusto Cury falou que temos que escrever livro com os relatos das pessoas. Sempre tem alguém que se identifica. Eu nunca tinha feito peça com essa conotação terapêutica. Não é chata; há momentos que as pessoas dão risada. Há a leveza e o humor que Augusto bota na obra. O jeito que ele escreve faz com que a coisa fique mais leve”, conclui.


Serviço: “O Vendedor de Sonhos” | Dias e horários: Sábados, às 21h; domingos, às 20h30m | Classificação: 10 anos | Duração: 75 minutos | Local: Teatro Vannucci (Rua Marquês de São Vicente, 52 - Shopping da Gávea) | Temporada até 27 de agosto | Ingressos: R$ 100 (sábados) e R$90 (domingos) | Vendas: Sympla.

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