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Livro sobre D. Pedro I é lançado em Copacabana


Comemorando o bicentenário da independência do Brasil, o livro “O Coração do Rei”, de Iza Salles, será relançado no dia 17 de agosto, no Shopping Cassino Atlântico. O material traz uma pesquisa sobre a vida de D. Pedro I, herói luso-brasileiro que mudou a história dos dois países. Também participam do evento o editor do livro, José Luiz Alquéres, da Edições de Janeiro, e a historiadora Vera Tostes .


“Era um rapaz com 24 anos incompletos quando fez a independência… Mesmo naquela época, era muito jovem, mas ainda hoje, quem você encontra com essa idade que é tão ousado e atrevido?”, aponta a autora, explicando que a personalidade valente do regente lhe inspirou a buscar mais sobre sua vida. “Quis saber o que estava por trás do temperamento dele e percebi que ninguém mais fala dele. É curioso porque ele fez mais que o filho (D. Pedro II)”.


O desconhecimento levantado por Iza deve-se ao fato de a vida amorosa do regente ganhar mais destaque que seus feitos. “Ele era um conquistador. As mulheres não resistiam”, diz, exaltando o casamento com Leopoldina, a primeira esposa: “Foi criada no mais completo Absolutismo. Já ele, graças aos educadores que teve, tinha ideias liberais”. Os relacionamentos fixos seguintes também são mencionados na obra: “Quando ele chegou em São Paulo para buscar apoio, conquistou a Domitila, que viria a ser a Marquesa de Santos. Depois de cinco anos, ele a mandou embora. A jovem escolhida para o casamento, a Amélia, era linda!”


O livro ainda traz destaque para a Guerra Civil Portuguesa, ocorrida após a morte de D. João VI. Pedro herdou o trono, mas abdicou em favor de sua primogênita, Maria da Glória, de sete anos. Coroada rainha, D. Maria II estava prometida para casar com o tio, D. Miguel, que, em um golpe de estado, se proclamou rei absoluto. “Pedro desembarcou com um exército de 7 mil homens. Do lado de Miguel, havia 70 mil. Mesmo assim, Pedro conseguiu a vitória “


A relação entre os dois também é evidenciada no livro: “Pedro era como D. João VI: conciliador, amoroso, aberto, amigo… Miguel, como Carlota Joaquina: egoísta e golpista. Cada um puxou um dos pais, mas desde criança, eram muito unidos. Quando Pedro venceu, os liberais queriam matar Miguel, mas ele não permitiu. O amor pelo irmão falou mais alto”.


Antes da guerra, entretanto, Pedro foi uma peça importante na gestão do Brasil, conforme aponta a escritora: “O momento que acho essencial para conhecer ele é quando a Divisão Auxiliadora, a mais forte do Exército português controlando o Brasil, encurralou D. João VI, que não sabia o que fazer e chamou Pedro, corajoso, diferente do pai. Pedro dominou a conversa. Ninguém tinha coragem de tentar qualquer golpe contra ele”, analisa a escritora, que exalta outros momentos de protagonismo do regente:


“Mais tarde, enquanto ele se recusava a ir para Portugal, foi encurralado em uma ida ao teatro por tropas portuguesas que cercaram o prédio para capturá-lo e levá-lo direto para a Europa. Sem saber o que fazer, orientou que Leopoldina fosse ao palácio, pegasse os filhos e se escondesse na fazenda de Santa Cruz, e saiu e andou pela cidade durante a noite inteira pedindo que o povo ficasse ao seu lado. As pessoas chegaram com o que tinham na mão: um pedaço de pau, uma enxada, uma pá… Quando amanheceu, ele tinha um exército popular ao seu lado, o que fez as forças portuguesas recuarem”, conta, continuando como esse movimento eclodiu na independência:


“Portugal mandou mais forças, mas aconteceu uma tragédia. O filho que seria o herdeiro do trono, João Carlos, foi levado por Leopoldina para Santa Cruz, mas chegou muito doente e morreu. Por conta disso, Pedro ameaçou bombardear Portugal, que se retirou do Rio. Nesse cenário, Pedro viajou buscando apoios quando estava em São Paulo, Leopoldina e José Bonifácio receberam as informações de que milhares de portugueses estavam vindo ao Brasil para levá-lo à força. Assim, ele fez a independência”.


“O Coração do Rei” foi lançado há dez anos e ganha nova edição para celebrar os 200 anos dessa passagem histórica, que, na visão de Iza, poderia ganhar mais visibilidade: “Lamento que não exista uma série sobre. Eram personagens incríveis! Na festa da independência, a (escritora) Maria Graham descreveu a curiosidade dela sobre os generais negros. Ninguém se preocupou nem em pesquisar sobre eles”. Além de Maria, relatos de outros personagens que presenciaram pessoalmente os acontecimentos ajudaram na construção do livro, que será comercializado no lançamento e também pode ser encontrado no Amazon.


Serviço: Lançamento de “O Coração do Rei” | Dia 17 de agosto, às 17h | Shopping Cassino Atlântico (Avenida Atlântica, 4.240), térreo - em frente à Quimera Antiguidades (lojas 105 a 107)

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