Um pequeno sobrado na Praça da República, em frente a Central do Brasil, foi endereço de uma das passagens mais importantes da história do Brasil: a proclamação da República. Ali, na residência de Marechal Deodoro da Fonseca, o movimento teve início,na noite de 14 de novembro de 1889. Relembrando essa história, a vida do ilustre morador e outras questões, o espaço é aberto para visitações, somando-se ao leque de passeios culturais existentes no Centro.
Para entrar na Casa Museu de Marechal Deodoro, é necessário tocar a campainha no pequeno portão instalado no muro branco vizinho à construção – não espere encontrar suas portas abertas nem mesmo avisos indicando a existência da instituição. Cabe aos ambulantes que trabalham naquela calçada sinalizar aos frequentadores confusos. Após o acesso ser autorizado – o espaço é área militar – pode-se conhecer todo o primeiro pavimento do imóvel.
A visita começa apresentando a vida de Deodoro, que viveu ali de aluguel e deixou aquela residência logo após o movimento que fez dele presidente da República, o que o levou a viver no Palácio do Itamaraty. A primeira sala é destinada à sua trajetória no Exército. Na ao lado, seus familiares mais próximos, como o sobrinho, Marechal Hermes da Fonseca, que também presidiu o Brasil, são apresentados.
A participação daquele imóvel na proclamação e os movimentos que sucederam ao ocorrido na casa são descritos no outro ambiente. Nele, é traçada a cronologia dos acontecimentos naquele mês de novembro, explicando como os republicanos conseguiram convencer Deodoro, um monarquista, a liderar aquela ação sem que este quisesse a República - há registros de que a poucos metros dali, o militar teria gritado “Viva Sua Majestade, O Imperador”, sem saber que em menos de 24 horas, não haveria mais Império no Brasil.
Até o histórico da construção, é exaltado no museu. O térreo funcionava de garagem e de habitação para escravos, além de ser uma área propícia ao funcionamento de estabelecimentos comerciais. A construção foi propriedade de particulares antes de ser desapropriada pelo Governo Federal para fins preservacionistas.
A visita termina com uma pesquisa sobre a própria Praça da República, endereço do sobrado. O painel descreve a trajetória do logradouro desde o século XVI, quando ainda tinha o nome de Campo da Cidade. A origem de outras de suas alcunhas, como a mais famosa, Campo de Santana, também está presente no material, que aborda ainda outras passagens histórias do espaço, como os festejos pela aclamação do imperador D. Pedro I.
Serviço: Casa Museu de Marechal Deodoro | Praça da República, 197 | Aberta de terça a quinta, das 10h às 16h; e às sextas, das 9h às 12h | Entrada franca