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Forte de Copacabana: um dos marcos iniciais do sucesso de um bairro

Publicado na edição 341 (1ª quinzena de julho de 2012)

O bairro de Copacabana, ainda sob o nome de Sacopenapã, nasceu nas proximidades do atual Forte. Antes importante na defesa do Rio de Janeiro, agora faz parte da história do país e tornou-se o terceiro ponto turístico mais importante da cidade.


Há indícios de que a área teria sido artilhada em ocasiões anteriores à sua construção. Em 1776, suas obras teriam sido iniciadas devido ao temor das invasões espanholas (o que aconteceu no ano seguinte no sul do país). O local foi armado em diversos momentos do século XIX, mas a inauguração de um espaço definitivo só foi definido após o Marechal Hermes da Fonseca tornar-se Ministro da Guerra.


As obras para sua construção duraram seis anos e o Forte foi inaugurado em 1914. Na época, ocupava somente o terreno ao lado da igrejinha que deu nome à região. Em sua extremidade, ainda há a ruína do guindaste usado para desembarcar os canhões. Somente em 1919 ganhou as dimensões atuais, após a aquisição do espaço vizinho e demolição do templo.


Um dos seus acontecimentos mais importantes foi a Revolta dos 18 do Forte. O interesse dos participantes era pôr fim à república velha após cartas supostamente assinadas pelo candidato Arthur Bernardes tornarem-se públicas. No material, o futuro presidente ofendia o Exército e o Marechal Hermes da Fonseca, então presidente do Clube Militar, que foi fechado. A prisão do militar gerou sentimento de revolta, principalmente nos jovens tenentes, que reuniram-se no local para lutar contra a situação política do país. Na ocasião, a fortificação atirou no Forte do Leme (posteriormente chamado de Forte Duque de Caxias), no outro extremo da praia, e foi atingida pela Fortaleza de Santa Cruz (em Niterói). No início, eram mais de 300 revolucionários. Desses, apenas 29 continuaram. Com a prisão do Capitão Euclides Hermes, os restantes dividiram a bandeira em 28 partes (alguns pedaços podem ser conferidos no Museu Histórico do Exército, no mesmo endereço) e marcharam pela Avenida Atlântica.


Após o início do tiroteio, somente 17 militares, juntos com o civil Octávio Correâ, seguiram até a Rua Barroso (atual Siqueira Campos), cientes de que iriam morrer (um dos participantes, o Ten. Mário Tamarindo Carpenter, escreveu uma carta aos seus familiares cerca de uma hora antes de saírem do forte, na qual se despedia deles). O grupo foi derrotado no local. Somente o tenente Antônio de Siqueira Campos e o brigadeiro Eduardo Gomes sobreviveram, o que provocou um enorme desejo de mudança na população: o povo passou a querer o progresso.


Durante muito tempo, o Forte de Copacabana, que esteve em atividade entre 1914 e 1987, teve papel importante na defesa da cidade. Sua posição estratégica permitia controlar a entrada e a saída da Baía de Guanabara. Na época de sua construção, foi guarnecido com os canhões alemães Krupp, os mais modernos até então na América Latina e que funcionavam com energia elétrica produzida nas próprias instalações. Dessa forma, seria possível enfrentar inimigos durante semanas, sem qualquer contato com o exterior (as instalações contavam também com refeitório, enfermaria, cozinha, alojamento e depósito de água, munição e mantimentos).


Cada canhão foi instalado em cúpulas giratórias encouraçadas e com abóbadas em aço-níquel, alojadas em poços com paredes externas de 12m de expessura. A distância atingida variava de acordo com o equipamento utilizado (305mm, 190mm ou 75mm), mas podia alcançar um máximo de 23km. Quando as munições eram lançadas, uma sirene era tocada para avisar aos moradores: dessa forma, podiam abrir suas janelas e impedir que os vidros rachassem.


Os últimos disparos do Forte foram dados em 1955 contra o cruzador Tamandaré, o navio mais bem equipado da América Latina. A embarcação não foi atingida e não revidou os tiros por ordem do presidente em exercício Carlos Luz (o oficial, Café Filho, havia sido afastado por motivos de saúde), que estava a bordo.


Em 1987, o Forte foi desarmado e tornou-se sede do Museu Histórico do Exército. Suas instalações são abertas ao público de terça a domingo e aos feriados, das 10h às 18h (a parte externa pode ser visitada até às 20h) com ingressos vendidos na porta (R$6 – estudantes e maiores de 60 anos pagam meia entrada; militares das Forças Armadas, grupos escolares previamente agendados, menores de 10 e maiores de 80 anos são isentos). O local oferece visitas guiadas em inglês e espanhol.

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