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Ex-morador de Copacabana recebe reconhecimento por trabalhos voluntários na Praça Serzedelo Corrêa


Em 2018, o então morador de Copacabana Luiz Carlos de Matos, por iniciativa própria, deu início a um trabalho de paisagismo na Praça Serzedelo Corrêa, com recursos próprios e auxílio da mão de obra da população em situação de rua que ocupava o local. Passados seis anos, a ação foi reconhecida pelo Poder Público: no dia 3 de abril, Matos recebeu uma moção honrosa oferecida pelo vereador Celio Lupparelli, após sugestão da Sociedade Amigos de Copacabana.


“A praça está um pouco abandonada, inclusive por mim”, lamenta o homenageado, que precisou deixar a ação em segundo plano durante a pandemia por ter contraído tuberculose e perdido o emprego (“estou com quase 68 anos e ainda não consegui me aposentar”). Sua nova condição financeira o levou a se mudar para o Grajaú, mas sua praça favorita segue sendo lembrada vez ou outra. “Muito esporadicamente, venho fazer a limpeza, mas pretendo continuar fazendo a manutenção”.


Desde 2020, quando precisou deixar o local em segundo plano devido ao lockdown, muito mudou. A vegetação cresceu, inclusive uma árvore plantada pelo próprio e que já alcança quase 3m. As orquídeas, entretanto, foram quase todas roubadas. “Havia uma raríssima que dava três hastes de flores. As pessoas passavam e batiam foto com ela”, lembra. A biblioteca que instalou acabou e o quiosque, retirado. “Era uma ideia ótima, como a do anfiteatro (que não saiu do papel). Havia projeto para um. Nele, aconteceriam eventos, contação de histórias, declamação de poesias…”, lembra, mencionando que, no momento, se encontra impossibilitado de dar continuidade a tudo que planejou, como as comemorações (em 2019, foram realizadas a Festa da Primavera e um auto de Natal com encenação em um presépio em tamanho natural, tudo promovido por Matos, que também instalou decoração natalina no logradouro durante dois anos).


A moção foi recebida com alegria: “Foi válido, pelo menos meu trabalho não passou em branco. Ficou registrado que um cidadão teve interesse em melhorar o ambiente. Todos deveriam cuidar de praças e canteiros. Nem tudo deveria ser cobrado apenas do Poder Público”. Em uma de suas lembranças dos dois anos em que foi muito atuante na praça, lamenta que diversos frequentadores fixos, muitos apontados como pessoas com boas condições financeiras (“alguns moravam na Atlântica!”), eram quem depredavam o local. “Muitos urinavam nos canteiros e botavam a culpa na população em situação de rua”.


A situação geral do local entristece o entusiasta: “Agora, o portão principal fica fechado. O acesso se dá por trás. Falam ser pela segurança, mas é a praça mais importante de Copacabana e foi transformada quase que em estacionamento de viaturas”, lamenta. “Os turistas que chegam ao Rio se decepcionam com a falta de paisagismo urbano. Não há jardins. É uma cidade turística, mas com tudo mal feito. Coisas bonitas poderiam acontecer”, conclui.



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