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Cine Danúbio (1952 - 1961)


Em meio ao desenvolvimento dos cinemas no Posto 6, a outra extremidade da orla também anseava por salas próximas. Na década de 1930, o Cine Lido chegou a ser anunciado, mas não saiu do papel. Apenas quase 20 anos depois que o Leme foi contemplado: em 1949, o Cineminha do Leme abriu as portas, conforme noticiado na edição 538. Entretanto, o Cine Danúbio que ficou marcado devido à enorme capacidade de público e por estar associado a um dos estabelecimentos mais tradicionais da orla daquele período: o Bar Alpino.


Este foi inaugurado em 1931 pelo alemão Johann Hans Krips e era a maior casa da América do Sul, com espaço para até 600 clientes. Ficava na Rua Gustavo Sampaio, 115 (atual 337), com fundos para a Avenida Atlântica, 142 (atual 570), mas foi essa entrada que ficou imortalizada nas imagens, já que era a mais fotografada, e onde o letreiro do cinema posteriormente foi instalado.


Apesar do investimento, Krips morreu menos de um ano depois, o que levou sua viúva, Karolina, a gerir o local – posteriormente, o filho do casal, Hans, se juntou à mãe na administração. Coube a ela atrair o público não apenas através dos pratos alemães mas também por meio do lazer, como as apresentações da orquestra de músicos da Bavária e os famosos bailes de carnaval à fantasia. Entretanto, a participação da Alemanha na Segunda Guerra Mundial afastou os frequentadores, o que levou Karolina a alugar o segundo pavimento, então uma varanda aberta.


A casa jamais recuperou o prestígio do passado, quando era o principal reduto da boêmia da região. Nesse contexto, em 1952, a parte de cima foi transformada no Cine Danúbio, inaugurado com o filme “A Força do Destino”. Toda a verba da bilheteria foi destinada à Casa da Criança. Esse caráter beneficente foi repetido na celebração do primeiro aniversário, quando as projeções deram lugar a um espetáculo infantil de fantoches e marionetes em benefício da Juventude Universitária Católica.


A sala, apesar de funcionar no interior do bar, era propriedade da Companhia Jerônimo Cruz Junior, que, três anos depois, adquiriu o Cine Iris, no Centro. Com capacidade para 350 pessoas, foi o primeiro a motivar discussões sobre a necessidade de escoar o público com segurança em caso de emergência: o acesso, através de uma escadaria em dois lances, com 1,2m de largura, era apontado como perigoso. Ainda assim, permaneceu de portas abertas sem nenhuma intervenção, o que nem assim afastou o público.


O Danúbio teve suas atividades encerradas em 1961, quando o Bar Alpino foi vendido para uma construtora, que ergueu ali um edifício residencial, batizado em homenagem ao estabelecimento que funcionou na orla durante 31 anos.

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