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Atleta carioca disputa prova de surfski no Ceará


(Foto: Divulgação)

O atleta Ricardo Maia irá competir no MolokaBRA, que acontece no Ceará em setembro, na categoria surfski. Trata-se do maior evento de downwind (ou seja, atividades aquáticas que seguem a mesma direção do vento) do Brasil. Trata-se de sua estreia nesse campeonato, o que o levou a intensificar os treinamentos até o dia 15 de setembro, quando irá disputar o título em sua prova. Em meio à preparação, segue com seu projeto social na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde introduz alunos da rede pública e pessoas com necessidades específicas na canoagem.


“O surfski tem o mesmo berço do stand up paddle (SUP), também veio do Havaí, mas foi na Austrália que começaram a usar os pranchões também para salvamentos, o que levou ao uso do remo e outras adaptações”, explica, continuando: “o que deu origem a esta maneira foi a junção da canoagem oceânica com uso do caiaque para o uso das pranchas oceânicas chamadas surfskis”.


A prova do MolokaBRA abrange a modalidade Ocean Race, que compreendem travessias entre 18 e 60km. “É fácil se alguém vai passear, mas não para competir porque como o vento está nos levando, vamos de onda em onda. Enquanto estamos em uma, já temos que pensar na seguinte e na próxima. É uma prova de tática de navegação que exige técnica e equilíbrio”.


Como é uma modalidade que depende do vento, Ricardo acompanha a previsão do tempo por meio de aplicativos e aproveita todas as frente frias para treinar. “Na cultura da canoagem havaiana, a ideia é ‘vamos ver quando o tempo vai ficar bom’. No surfski, buscamos tempo ruim, mas evitamos rajadas. É perigoso. Treino para evitar sustos, com ventos de 40, 50km/h, precisamos manter o equilíbrio, segurar o remo...”. Em julho, o atleta aproveitou as condições climáticas para treinar, saindo do Posto 6 de Copacabana. Em uma das ocasiões, ao tentar chegar na Praia Vermelha, foi surpreendido com uma dessas situações adversas, o que o levou a praticar no Leme. “O mar estava extremo. Não foi como o que pretendo encontrar na competição, mas me deu segurança”.


A quem deseja iniciar a prática, Ricardo aconselha procurar uma escola que lecione a atividade. A sua, a Maia Sposts, fica na Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Parque dos Pedalinhos, e ele garante ser seguro até para quem ainda não sabe nadar: “Consigo fazer o iniciante começar do zero”. Apesar das possibilidades, ele lamenta as dificuldades para popularizar o esporte no Rio, a começar pela falta de lugares para guardar os equipamentos: “Os caiaques de surfski têm 6m. Os duplos chegam a 7,5m. Uma das garagens é a do Clube de Regatas Boqueirão do Passeio. Outra, no Guanabara. Como desenvolver sem ter onde guardar?”


Enquanto se prepara para o MolokaBRA, que será realizado no Ceará devido aos ventos, Ricardo mantém o Maia Sports como uma atividade inclusiva. “Não sou uma empresa com projeto social. Sou um projeto com 10% de alunos pagantes que mantêm tudo”. O público beneficiado por sua iniciativa é, além de atletas paralímpicos, estudantes da rede pública. “Muitos dos meninos que assaltam nas ruas poderiam estar remando comigo. Converso com eles; explico sobre a importância de cada um planejar sua vida e de pensar em cursos para alcançar aquele objetivo; falo que não necessariamente todos entrarão em faculdades, mas que podem tentar cursos técnicos...”, analisa, enquanto informa buscar apoio de empresas para dar continuidade à iniciativa: “Estou tentando inscrever o projeto em leis de incentivo. As contribuições seriam 1% do que elas pagam ao Imposto de Renda”.


Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (21) 99991-4612 ou no Instagram @maiasports.

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