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Santa Teresa

Thayssa Rodrigues

Largo do Guimarães, em Santa Teresa
Largo do Guimarães

Santa Teresa é considerado um dos bairros mais pitorescos da cidade por preservar em suas vielas um agradável clima interiorano. Situado em uma colina a 200 metros de altitude, o local é rodeado pela Floresta da Tijuca e, por isso, inicialmente serviu de moradia para índios Tamoios, posteriormente de esconderijo para alguns escravos e, já em seu período áureo, foi escolhido para moradia de muitos representantes da elite estrangeira. Foram esses proprietários, ilustres, que deixaram por lá um conjunto arquitetônico magnifico, que abriga museus e centros culturais que encantam os visitantes. Dentre as atrações estão: Parque das Ruínas, Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, Museu Casa de Benjamin Constant, Museu Chácara do Céu e Museu do Bonde. Os primeiros habitantes da colina, que posteriormente se transformaria em um dos bairros mais charmosos do Rio, foram os índios Tamoios, na época em que os portugueses ainda ocupavam as margens da cidade, a fim de colonizá-la. A partir de então, alguns nativos dessa tribo abandonaram as praias e se deslocaram para o local, a fim de escapar do domínio lusitano. Um pouco depois, ainda no século XVIII, o morro serviu de rota de fuga e esconderijo para alguns escravos, sempre que eles conseguiam escapar do domínio português. Foi apenas após o inicio do processo de distribuição de água potável, que teve como maior representação o Aqueduto Carioca (posteriormente chamado de Arcos da Lapa), que a área começou a abrigar algumas construções residenciais. A primeira delas, uma ermida que se transformaria em um convento em louvor a Santa Teresa, foi responsável por dar nome ao bairro que iria se formar ao seu redor. Até o século XVIII, o local ainda era chamado de Morro do Desterro, pois ali morava Antônio Gomes do Desterro que, em 1629, construiu em suas terras uma ermida em homenagem a Nossa Senhora do Desterro. Em 1710, quando o local já era habitado por outra pessoa, o Padre Francisco de Meneses, acolheu alguns frades italianos, que permaneceram por lá até 1742. Posteriormente o lugar mudaria de proprietários novamente, sendo adquirido pelo governador Gomes Freira de Andrade, também conhecido como Conde de Bobadela, que doaria o terreno as irmãs Jacinta e Francisca Rodrigues Alves para construírem no espaço o Convento de Santa Teresa da Ordem das Carmelitas Descalças. A construção, que começou em 1750, foi tão importante que, a partir de então, o morro passou a ser chamado pelo nome da santa. No entanto, o acesso ao local ainda era difícil, já que havia apenas uma ladeira como trajeto disponível. Em 1858, foi aberta a primeira rua com o intuito de facilitar esse caminho. A via, chamada na época de D. Luísa (atualmente conhecida como Cândido Mendes), iniciou o processo de urbanização do bairro, que passou a se desenvolver ao redor do caminho, tomado, aos poucos, por várias chácaras. Algumas dessas imponentes moradias iriam se transformar, anos mais tarde, em pontos turísticos do bairro. Com a abertura de algumas ruas e o aumento das construções no bairro, que era muito procurado devido ao clima ameno oferecido pela intensa vegetação que o rodeia, Santa Teresa inaugurou, em 1872, um sistema de transporte para atender a essa população, que viria a se tornar um ícone do local: os famosos bondinhos amarelos. A cor da composição, entretanto, era verde no início de sua implantação, porém, alguns moradores reclamavam que os bondes sumiam em meio a vegetação e, por isso, eles foram pintados de amarelo e passaram a se destacar na região. Alguns anos depois, o trajeto, que até então era feito apenas entre as ladeiras da colina e as ruas da cidade, passou a ser realizado também na parte superior dos Arcos da Lapa, transformada em viaduto para o mesmo bondinho. Apesar de extinto, esse meio de transporte ainda pode ser observado de perto em um museu do bairro, destinado a contar a sua história ao longo dos anos. Assim como o Museu do Bonde, muitos outros pontos culturais estão instalados nas vielas de Santa Teresa, confira a seguir a localização de todos eles:

Museu do Bonde (Rua Carlos Brant, 14 - Santa Teresa)

O Museu do Bonde dedica-se a contar a história do bonde que serviu como meio de transporte na região por muitos anos. No local é possível observar mais de 300 peças, dentre elas campainhas e relógios originais, além de uma composição em tamanho real e várias réplicas produzidas em tamanho reduzido. O espaço oferece, ainda, painéis e maquetes sobre o tema.

Parque das Ruínas (Rua Murtinho Nobre, 169 - Santa Teresa)

O Centro Cultural Parque das Ruínas é considerado um mirante deslumbrante, por permitir uma vista privilegiada da cidade, que abrange o Centro, a enseada de Botafogo e o Pão de Açúcar. O local, que serviu de moradia a Laurinda Santos Lobo, uma das figuras mais importantes no cenário carioca, sediou festas e eventos concorridos na época de sua estadia que contavam com personalidades importantes como Tarsila do Amaral e Villa Lobos. No entanto, após a morte da proprietária, em 1946, o Palacete Murtinho Nobre, ficou abandonado por um longo período. Em 1993 a mansão foi reformada e transformada no Centro Cultural Parque das Ruínas, que possui uma programação variada.

Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo (Rua Monte Alegra, 306 - Santa Teresa)

Apesar do nome, o local onde está instalado o centro cultural, fundado em 1979, não foi habitado por Laurinha. A nomeação veio como forma de homenagem no período em que a residência dela (atual Parque das Ruínas) estava abandonada. A casa, construída em 1907 para ser residência da Baronesa de Parina, possui belos jardins e decoração feita com azulejos em sua varanda. O espaço se dedica a divulgar a cultura, através de exposições e projeções musicais, além de desenvolver algumas oficinas relacionadas a música e ao teatro.

Museu Chácara do Céu ( Rua Murtinho Nobre, 93 - Santa Teresa)

O museu leva esse nome porque, em 1876, a casa onde ele funciona era conhecida como Chácara do Céu. Em 1936, no entanto, o imóvel foi herdado por Raymundo Ottoni de Castro Maya, um importante empresário, conhecido por defender o patrimônio histórico, artístico e cultural, fundando diversos museus. O Museu Chácara do Céu, criado em 1972, entretanto ostenta uma construção considerada moderna, por ter sido modificada na época em que passou a ser propriedade de Castro Maya, em um projeto arquitetônico assinado por Wladimir Alves de Souza. O local expõe coleções de arte de diversos países, dentre as quais destacam-se artistas como Antônio Bandeira e Di Cavalcanti, além de uma biblioteca com cerca de oito mil títulos, divididos entre livros de arte e literatura.

Museu Casa de Benjamin Constant ( Rua Monte Alegre, 255 - Santa Teresa)

O Museu Benjamin Constant, como o próprio nome já diz, destina-se a homenagear o líder político, apontado como fundador da República, que morou no local quando ele ainda era uma chácara familiar, por volta de 1889. Dois anos depois, após a morte do grande patriota, o imóvel foi adquirido pelo patrimônio público, ficando ainda liberado para usufruto de sua viúva. Em 1958 o espaço foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e duas décadas depois foi transformando no referido museu. O local busca reproduzir a casa nos mesmos moldes em que ela era na época em que Benjamim Constant vivia ali. Além disso, oferece algumas atividades culturais,como pesquisas, cursos e exposições.

Santa Teresa foi denominada como sendo uma área de proteção ambiental em 1984 e além de todos os imóveis citados acima, abertos ao público para atividades culturais, reúne, ainda, muitas outras construções centenárias que merecem ser observadas durante o passeio. É o caso do Castelo de Valetin (Rua Almirante Alexandrino 1405), erguido em 1879 para abrigar o Comendador Antônio Valentin e admirado até hoje. O imóvel, que atualmente possui o interior dividido entre apartamentos residenciais, se destaca no alto do bairro por sua beleza arquitetônica, exótica para os dias atuais. Além dele, casebres antigos e grandes mansões ainda podem ser encontrados no antigo Morro do Desterro. Fontes: In: http://oriodeantigamente.blogspot.com.br/2011/12/santa-teresa.html In: http://www.inventarioturistico.com.br/santateresa/informacoes_basicas.asp?cat=25&n=7 In: http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/museus-em-santa-teresa.html In: http://www.visitesantateresa.com/ In: http://www.rioecultura.com.br/coluna_patrimonio/coluna_patrimonio.asp?patrim_cod=21 In: http://www.rio.rj.gov.br/web/riotur/exibeconteudo?article-id=157387 In: http://www.museuscastromaya.com.br/chacara.htm In: http://www.museusdorio.com.br/joomla/index.php?option=com_k2&view=item&id=16:centro-cultural-municipal-laurinda-santos-lobo In: http://www.rioguiaoficial.com.br/o-que-fazer/detalhe/centro-cultural-parque-das-ru-nas-1

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