O Instituto Ondas da Inclusão retomou as atividades em meados de abril, após a liberação de atividades esportivas coletivas na praia. Com isso, as aulas de surf, bodyboard e natação oferecidas gratuitamente aos alunos, todos entre dez e 16 anos, voltaram a funcionar, conduzindo esses jovens moradores de comunidades para o esporte e incentivando a frequência escolar.
A ação atende 80 jovens por semana, sendo que em Copacabana, onde foi fundada em 2003, o número varia entre 20 e 25. “O propósito de hoje é o mesmo de lá atrás: queríamos dar oportunidades a esse público”, explica o diretor, Flávio Brito, esclarecendo que o projeto é inteiramente gratuito. Para participar, o principal pré-requisito é que o interessado esteja matriculado em alguma instituição de ensino e mantenha notas boas:
“A gente faz uma análise a cada semestre. Temos uma profissional que é professora e faz esse acompanhamento educacional porque não queremos que a criança fique no projeto se não tiver indo para a escola ou se tiver indo muito mal. A prioridade é sempre o estudo”. Apesar disso, a pandemia inviabilizou esse monitoramento, mas ainda assim, o viés social foi reforçado:
“As aulas remotas impactaram muito. No ano passado, paramos em março e retomamos no final de agosto, início de setembro. Existia muita preocupação dos alunos e dos pais. Eles foram muitos afetados, já que a maioria faz trabalhos informais. Fizemos muitas campanhas de arrecadação de alimentos, conseguimos 7 toneladas para as famílias, mas desde que virou o ano, não recebemos nem 1 kg. O pessoal se sensibilizou na primeira vez, mas depois parou. Estamos retomando as atividades e conseguimos novos parceiros para apoiar o projeto. Queremos tentar engajar o maior número de crianças das comunidades”, observa, mencionando que a maioria vive no Pavão-Pavãozinho, no Cantagalo, no Tabajaras e nas do Leme
O processo de matrícula é simples e há vagas a serem preenchidas, aguardando interessados: “O aluno faz uma aula experimental e depois, participa de uma breve entrevista. Cada um recebe ficha de inscrição para os responsáveis preencherem. É muito difícil os pais irem, então eles fazem em casa e depois, devolvem. Como temos uma limitação de alunos que podemos trabalhar, já que não temos tantos professores, se um falta três vezes seguidas em um período pequeno, a gente ‘bota ele na geladeira’ e dá a chance para outro”
Todos os materiais são obtidos com apoio de parcerias - atualmente, a contribuição vem das seguintes: Granado Pharmácias, Icatu Seguros, Kpaloa e DBV Capital. Há ainda um apoio da Secretaria Estadual de Esportes e Lazer. “Como a gente trabalha com leis de incentivo, as empresas pagam ao projeto em vez de ao governo”, pontua. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 98254-5050, do e-mail .
flavio.brito@wavesforinclusion.org ou das redes sociais @wavesforinclusion
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