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Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana​


O Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana é o terceiro ponto turístico mais visitado na cidade, atrás somente do Cristo Redentor e do Pão-de-Açúcar. Inaugurada em 28 de setembro de 1914, a fortificação foi importante em algumas passagens da história do Brasil. Após o fim da sua função bélica, o local foi aberto à visitação.

Há indícios de que a área teria recebido armamentos em ocasiões anteriores à sua construção. Em 1776, suas obras foram iniciadas por causa do temor das invasões espanholas (o que aconteceu no ano seguinte no sul do país). O local, cujos rochedos avançavam contra o mar na direção da Baía de Guanabara, era ideal para posicionar canhões de longo alcance. A ocupação do terreno era planejada desde o século XVIII e foi realizada por ordens do vice-rei, D. Luís de Almeida Portugal, o 2º Marquês de Lavradio. A inauguração de um espaço definitivo só foi definida após o militar Marechal Hermes da Fonseca tornar-se Ministro da Guerra, em 1907.

As obras foram feitas sob a direção do diretor de engenharia adjunto Major Luiz Eugênio Franco Filho. O projeto foi oficialmente apresentado em 5 de janeiro de 1908 e a construção teve início no ano seguinte. No total, 2.239 mil operários participaram da edificação militar, que era considerada a mais moderna da América do Sul – os geradores elétricos podiam iluminar toda a Copacabana da época e produziam energia suficiente para as tropas enfrentarem os inimigos durante várias semanas sem qualquer contato com o exterior. As instalações contavam também com refeitório, enfermaria, cozinha, alojamento e depósito de água, munição e mantimentos. Inicialmente, o Forte ocupava somente o terreno ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, que deu nome à região. Somente em 1919 ganhou as dimensões atuais, após a aquisição do espaço vizinho (através do decreto 12.924, de 20 de março de 1918) e demolição do templo.

Na extremidade da pedra, ainda há uma ruína da época: trata-se de um guindaste usado para desembarcar os canhões alemães Krupp, que chegaram em 1913. Cada um foi instalado em cúpulas giratórias encouraçadas e com abóbadas em aço-níquel, alojadas em poços com paredes externas de 12m de expessura. A distância atingida variava de acordo com o equipamento utilizado (305mm, 190mm ou 75mm), mas podia alcançar um máximo de 23km. Quando as munições eram lançadas, uma sirene era tocada para avisar aos moradores: dessa forma, eles podiam abrir suas janelas e impedir que os vidros rachassem. Os últimos disparos foram dados em 1955 contra o cruzador Tamandaré, o navio mais bem equipado da América Latina. A embarcação não foi atingida e os tiros não foram revidados por ordem do presidente em exercício Carlos Luz (o oficial, Café Filho, havia sido afastado por motivos de saúde), que estava a bordo.


Um dos acontecimentos mais importantes envolvendo o Forte de Copacabana foi a Revolta dos 18 do Forte. O interesse dos participantes era pôr fim à república velha após cartas supostamente assinadas pelo candidato Arthur Bernardes tornarem-se públicas. No material, o futuro presidente ofendia o Exército e o então presidente do Clube Militar, Marechal Hermes da Fonseca (o mesmo responsável pela construção da fortificação), que foi preso. O episódio gerou sentimento de revolta principalmente nos jovens tenentes, que se reuniram no local para lutar contra a situação política do país. As reivindicações incluíam o fim do voto de cabresto e a reforma no sistema educacional.

Na ocasião, a fortificação atirou no Forte do Leme (posteriormente chamado de Forte Duque de Caxias), no outro extremo da praia, e foi atingida pela a Fortaleza de Santa Cruz, localizada em Niterói. No início, eram 301 revolucionários. Acuado pelos bombadeios, o então capitão Euclides Hermes convocou todos a deixarem o local. Ele foi preso e apenas 28 continuaram junto com o tenente Antônio de Siqueira Campos. Esses dividiram a bandeira do Brasil em 28 partes (alguns pedaços podem ser conferidos no Museu Histórico do Exército) e marcharam pela Avenida Atlântica, cientes de que iriam morrer (um dos participantes, o Ten. Mário Tamarindo Carpenter, escreveu uma carta aos seus familiares cerca de uma hora antes de saírem do forte, na qual se despedia deles).

Após o início do tiroteio, somente 17 militares, juntos com o civil Octávio Correâ, seguiram até a Rua Barroso (atual Siqueira Campos). O grupo foi derrotado no local. Somente Siqueira Campos e o brigadeiro Eduardo Gomes sobreviveram, o que um provocou um enorme desejo de mudança na população: o povo passou a querer o progresso.

Em 1987, o Forte foi desamardo e tornou-se sede do Museu Histórico do Exército, que, além de contar um pouco de sua história, permite que os visitantes conheçam parte da estrutura militar. A antiga fortificação oferece uma rica programação cultural mensal com projetos musicais e exposições de arte. O espaço também sedia grandes eventos, como a conferência a Rio+20, em 2012. As instalações são abertas ao público de terça a domingo e aos feriados, das 10h às 18h (a parte externa pode ser visitada até às 20h) com ingressos vendidos na porta. O local oferece visitas guiadas em inglês e espanhol.

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