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Exemplo de dedicação ao trabalho, seu José, do Príncipe de Mônaco, narra sua trajetória

Publicado na edição 332 (2ª quinzena de fevereiro de 2012)

Aline Leite

Nascido em Arco de Valdevez, vila no Distrito de Viana do Castelo, região Norte de Portugal, o comerciante e sócio do Bar e Restaurante Príncipe de Mônaco, José Brito Alves, é um exemplo de como a junção das palavras dedicação, amor e força de vontade é essencial na vida e no trabalho.


Longe da mãe (já falecida) e dos irmãos, quando veio para o Brasil (no dia 8 de julho de 1961), aos 17 anos, seu Zé, como é conhecido, é o típico representante do povo português. Trabalhador por natureza, comunicativo e acolhedor, sabe lidar com todos, tanto clientes como funcionários, e está sempre de bom humor quando o assunto é trabalho. Preza sempre pela qualidade nos serviços e no atendimento e acredita que o sucesso é consequência do esforço do ser humano. “Você só tem sucesso tendo qualidade; com trabalho e disposição”, diz.


Desde que chegou ao país, por intermédio de um tio, atuou em diferentes estabelecimentos da cidade, como a padaria Independência e o famoso restaurante Lisboeta, na Rua Frei Caneca. Foi lavador de pratos, ajudante de garçom (cumim) e atuou na copa. Em todo o tempo em que permaneceu na cozinha observou o trabalho dos cozinheiros e pôde aperfeiçoar seus conhecimentos e paixão pelos frutos do mar. Trabalhou por 15 anos no bar Lanchonete Miss Brasil, na Praça da Cruz Vermelha, onde criou, inspirado em sua esposa, pratos específicos com caranguejo. Na época, segundo ele, não se encontravam na cidade locais especializados neste tipo de produto. Era preciso ir até Pedra de Guaratiba para degustar o crustáceo. Em seguida foi para o restaurante Caranguejo, onde permaneceu por 28 anos. Atualmente, dá expediente no Príncipe de Mônaco (Rua Miguel Lemos, nº 18), uma das melhores opções em diversidade de frutos do mar de Copacabana.


Bastante emotivo, seu José, pai de três filhos e avô de primeira viagem, orgulha-se do que faz. “Para mim não tem tempo nem dia ruim; tudo está bom. Trabalho 11 horas em pé e mesmo assim é gratificante. Tem dia que, funcionando muito bem, a gente trabalha sem cansar. Nem sinto a hora passar”, afirma. O comerciante também ressalta a parceria com os funcionários, essencial para a harmonia e o funcionamento da casa: “Sempre procurei ser um bom trabalhador e amigo do funcionário. Eu acho que quem o faz é o patrão e vice-versa. Tem que haver um bom trabalho em conjunto, união entre ambos para que o negócio dê certo”, diz.


E tão certa é a parceria, que o Príncipe de Mônaco tem lotado, principalmente aos domingos, com direito à fila de espera. Entre os pratos mais pedidos e recomendados pelo próprio seu Zé, estão: 40 camarões com arroz, cenoura e passas; Moqueca da casa, com lagosta, camarão e cherne; e Sinfonia de frutos do mar, acompanhado de pirão. Pratos feitos com caranguejos, que podem ser escolhidos a dedo pelos clientes, também são oferecidos. “A minha felicidade é atender o cliente bem, com qualidade, e que o mesmo possa sair daqui satisfeito. Enquanto eu puder, vou continuar trabalhando para isso”, conclui.

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