O escultor francês Jean-Marc Laroche tem atraído olhares curiosos em seus passeios de bicicleta. O motivo é sua companhia: um esqueleto. A peça, na verdade, é uma obra de arte criada 2015 e batizada como “A Passageira”. Durante todo o verão, o artista poderá ser visto pedalando pelos mais diversos pontos da cidade. Para saber seus trajetos com a ilustre carona, basta acompanhar a programação em @jmlarochesculpteur.
“Minha companheira de passeios faz sucesso por onde passa e provoca simpatia geral: jovens, velhos, crianças, ricos, pessoas em situação de rua... Ela gera muita alegria para todo mundo, sem diferença de classe ou idade. No outro dia mesmo, passei por um morador de rua, que estava meio triste, mas, quando viu ‘A Passageira’, de repente deu gargalhadas sem parar. Achei ótimo!”, entusiasma-se Laroche, que é casado com uma brasileira e passa metade do ano em seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro - a temporada atual na cidade encerra-se em maio.
“A Passageira” é feita de resina, mas o escultor conta que o realismo dos ossos já confundiu muita gente. Os olhos são de pedras brasileiras, cristal de quartzo de Minas Gerais. O capacete é de cobre. Ela calça umas sandálias com saltos de 15 centímetros, usa batom vermelho e óculos Alain Mikli.
Em Paris, criador e criatura circulam pela cidade de moto. Lá, a obra já é muito popular. Um vídeo feito por Laroche viralizou no Instagram e no TikTok. No Rio, “A Passageira” é mais preocupada com o meio ambiente e só anda de bicicleta. Seu lugar preferido é a orla, mas ela foi vista até em Madureira! As reações do público são apontadas pelo francês como quase sempre divertidas e acompanhadas de risadas e brincadeiras. Dentre as frases escutadas, algumas das favoritas são: “o cara não larga a esposa nem depois de morta” e “tão linda de batom e sapatinho... Perfeita!”.
Larouche veio ao Brasil pela primeira vez em 1986, atraído pela música, querendo conhecer o país da bossa nova, da música de Vinicius de Moraes e Gilberto Gil. Tinha, então, 27 anos quando apaixonou-se pelo país e dedicou-se a aprender português. “Em um ano, já falava quase fluentemente”, recorda ele, que, em 1987, conheceu a esposa Vilma, carioca. Desde então, passa quase a metade de cada ano no Rio e diz: “sou um ‘parioca’ de coração brasileiro”.
Também nessa época, Laroche começou a carreira de escultor. Ficou famoso pelas facas artísticas que produziu durante dez anos. Depois, passou a criar mais estátuas e também mecanismos e sistemas. Fez exposições na Europa e também nos Estados Unidos. Várias de suas obras também podem ser vistas em Recife, no Instituto Ricardo Brennand.
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