Atletas refugiados de 11 diferentes nacionalidades disputarão os Jogos Tóquio 2020 sob uma mesma bandeira, a Olímpica. Os 29 atletas que compõem a Equipe Olímpica de Refugiados entraram no Estádio Nacional, na abertura dos Jogos, logo após a delegação grega (os fundadores dos Jogos Olímpicos), e logo no primeiro dia, já competiram, representando os 26 milhões de refugiados que vivem em todo o mundo. Luna Solomon, Dina Pouryounes Langeroudi e Wessam Salaman estrearam a participação da delegação nos Jogos, competindo em três modalidades distintas.
Luna Solomon nasceu na Eritreia e se mudou para a Suíça em 2015, fugindo da falta de liberdade de seu país. Até então, a atleta nunca tinha ouvido falar sobre a modalidade esportiva de tiro e tampouco havia treinado. Em Lausanne, ela conheceu o italiano e tricampeão campeão olímpico de tiro, Niccolo Campriani, que ofereceu à jovem a oportunidade de conhecer mais sobre o esporte. Luna se saiu tão bem na modalidade que passou a integrar a Equipe Olímpica de Refugiados para os Jogos Tóquio 2020. Atualmente, ela divide seu tempo entre os treinos e a maternidade.
Outra estrela da delegação é a iraniana Dina Pouryounes Langeroudi. Após deixar seu país, ela chegou à Holanda em 2015, onde rapidamente se destacou na sua modalidade de especialidade: o taekwondo. Inicialmente, o esporte era como um canal para Dina depositar suas emoções e frustrações, mas logo ficou evidente o talento da jovem para a modalidade. No mesmo ano em que deixou sua casa no Irã, a atleta conquistou sua primeira medalha internacional no Polish Open, enquanto ainda vivia em um centro para pessoas refugiadas. Dois anos depois, em 2017, ela venceu o renomado Turkish Open, um difícil torneio mundiais internacional. Em abril de 2020, ela se classificou em terceiro lugar no ranking mundial e atualmente treina com a equipe olímpica holandesa de taekwondo.
Outro atleta é o sírio Wessam Salaman. Em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, ele competiu no boxe pela delegação síria, mas três anos depois, em 2015, teve que tomar a difícil decisão de deixar a cidade de Damasco. Wessam encontrou um novo lar na Alemanha junto à esposa e aos filhos e, além dos desafios dentro do ringue, ele e a família tiveram que enfrentar outras lutas como o novo idioma, a integração à cultura local e sobreviver à uma pandemia global.
Mais informações sobre a Equipe Olímpica de Refugiados e o calendário de competições da equipe podem ser acessados na página oficial do ACNUR sobre os Jogos Tóquio 2020: www.acnur.org/portugues/timederefugiados
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