(publicada na edição 522)
Procurando um lugar para suas férias em 2020? Que tal considerar a Croácia? O país, pouco maior que o estado do Rio de Janeiro, virou a sensação do verão europeu e, aos poucos, se populariza como uma escolha dos brasileiros, que cada vez mais descobrem seus encantos históricos e naturais.
Zagreb, a capital, é a principal entrada dos turistas brasileiros, apesar de não ser a única. Muitos também chegam pela litorânea Split, que, além de aeroporto, também possui um porto. A faixa de preço de voos para ambas é o mesmo, então muitos visitantes optam por comprar a ida por Zagreb, que é distante dos principais destinos turísticos, mas também oferece muitas opções de lazer, e voltar por Split, percorrendo diversos locais pela região.
Iniciando a viagem pela capital, a primeira impressão difere bastante das paisagens medievais de outras cidades. Nela, destacam-se grandes avenidas e prédios modernos. É possível circulá-la a bordo de ônibus do tipo hop-on-hop-off, mas quem preferir caminhar pode transitar entre as partes baixa e alta através do funicular. É na alta que fica a Igreja de São Marcos, o cartão-postal do local, com seu telhado de azulejos coloridos. Ela fica na praça homônima, cujo entorno merece ser percorrido a pé devido à beleza de suas construções, como o Parlamento e o Palácio do Vice-Rei.
A poucos metros dela, esta a secular Torre Lotrsčak, erguida como parte do sistema de defesa da cidade no século XVIII. Até a atualidade, diariamente, são disparados de seu interior tiros de canhão, sempre ao meio dia. Aproveite para visualizar a cidade de cima: o mirante dali proporciona visão de boa parte de Zagreb. Perto dali fica um dos acessos ao Túnel Grič, reaberto em 2016. A passagem foi aberta no contexto da Segunda Guerra Mundial, como abrigo, e eventualmente recebe exposições. Indo daquele acesso ao último em funcionamento, chega-se à Praça Ban Jelačić, a principal de Zagreb, já na parte baixa. De lá, uma breve caminhada de cerca de cinco minutos leva à Catedral a Assunção da Sagrada Virgem Maria. Trata-se de o edifício mais alto da cidade, bonito tanto por fora quanto por dentro. O prédio atual, de 1880, tem como vizinho o Palácio do Arcebispo, do século XV.
A parte baixa, mais moderna, também merece ser visitada. É nela que se concentram os principais parques da cidade, além de importantes museus como o Arqueológico, com 450 mil artefatos de diversos países da região, além de muitas múmias, o destaque da visita. Há também o Mimara, com coleções de arte desde a pré-história, e o Etnográfico, com roupas, utensílios domésticos, objetos e muito mais.
Saindo de Zagreb, é hora de conhecer o principal cartão-postal do país: o Parque Nacional dos Lagos Plitvice. Ele fica há cerca de duas horas de Zadar, a próxima cidade do roteiro, então pode ser interessante reservar a hospedagem direto nela. O complexo é formado por 16 lagos, apontados como os mais bonitos da Croácia, conectados através de belas cachoeiras. O passeio é imperdível e é conferido através de passarelas suspensas e, em determinado momento, até mesmo dentro de um barco. As opções de caminhos são variadas, então, o indicado é dedicar bastante tempo ao local (até um dia inteiro, dependendo do interesse) e visitá-lo com roupa confortável, protetor solar e lanche.
Chegando a Zadar, a cidade por si só impressiona: ela é datada de mais de 3 mil anos atrás. Ruínas romanas milenares estão entre as atrações, assim como construções antigas concentradas em um centro histórico pequeno, que pode ser percorrido a pé. Alguns dos pontos imperdíveis são o Fórum Romano, a Igreja de São Donato (do século IX), a Catedral de Santa Anastásia (onde é possível subir à torre dos sinos e apreciar a paisagem do alto), a Igreja de Santa Maria, entre outros.
Nos arredores, ficam também dois espaços modernos que costumam agradar os visitantes e que viraram a marca registrada de Zadar. Um deles é a Saudação Ao Sol, com 300 placas de vidro que formam um enorme espaço de captação solar. A energia gerada ilumina as projeções exibidas ali durante a noite, mas antes da chegada dela, a pedida é assistir o pôr-do-sol que atrai turistas do mundo todo. O melhor ponto para assisti-lo é ao lado do Órgão do Mar, um instrumento musical instalado ali e que funciona com as ondas e os ventos, produzindo sons únicos sempre.
Os visitantes que podem dedicar mais um dia a Zadar não podem perder o Parque Nacional Kornati, com 140 ilhas paradisíacas. Trata-se de um lugar perfeito para velejar em meio a golfinhos e tartarugas e até mergulhar nas águas cristalinas do Mar Adriático. O Parque Nacional Krka, há menos de uma hora da cidade, também merece atenção. Bastante semelhante ao dos Lagos Plitvice, esse destaca-se por atrair menos visitantes simultâneos (limitação imposta pela administração do espaço), o que permite um contato melhor com a natureza.
A próxima cidade a ser visitada é a medieval Dubrovnik, cujas praias são margeadas pelas fortificações que, no passado, protegiam a área apontada como a Pérola do Adriático. Dedique algum tempo a caminhar pelas muralhas, de onde pode-se visualizar diversas das construções antigas e apreciar a beleza do mar. Alguns trechos são bastante estreitos e, principalmente no verão, o sol pode ser bem forte, então é necessário estar preparado para as altas temperaturas ali em cima. Ao descer, as ruelas também merecem atenção, com visual rústico e revestidas por pedras que serviram de cenário para a série “Game Of Thrones”. Aproveite para conferir as lojas de produtos variadas!
Alguns dos lugares que precisam ser conhecidos são as Igreja de São Sávio, construída entre as muralhas e o Mosteiro Franciscano, endereço da terceira mais antiga farmácia da Europa, ainda em funcionamento, e que além de medicamentos convencionais, também oferece muitas poções artesanais e naturais. Na frente das duas construções, há a Fonte Onofre, que ainda tem função de abastecimento e pode ser usada para encher garrafinhas de água, já que o líquido jorrado ali é potável. Outras construções importantes são a Igreja de São Blásio; a Torre do Relógio; a Galeria dos Sinos, erguida no século XV para informar aos moradores sobre perigos em potencial; A Igreja de Santo Inácio e o Museu de História Natural, com coleções variadas.
Após aproveitar alguns dias em Dubrovnik, de onde pode-se, ainda, fazer passeios a outros países como Montenegro ou Bósnia e Herzegovina, é hora de seguir à última cidade do roteiro: Split, também repleta de história antiga. Os atrativos naturais agradam os visitantes, como os passeios às ilhas de Hvar, que é um dos lugares mais visitados da Croácia e frequentemente chamada de Nova Ibiza; e Brač, com a praia mais bonita do país, a Zlatni Rat. Independente da escolha, é necessário comprar o bilhete de volta com antecedência para evitar que os lugares nas embarcações se esgotem.
De volta a Split, há muito a se visitar, como o Palácio de Dioclesiano, um dos pontos principais da cidade. Ele foi erguido para abrigar não apenas a fortaleza que protegia a região como também a vila onde viviam os súditos do imperador, que, após sua morte, recebeu como mausoléu a belíssima Catedral de São Dômnio, a mais antiga do mundo com a estrutura original, datada de 305, ainda preservada. Ainda dentro das ruínas do Palácio, funciona o Museu da Cidade, dedicado a contar um pouco da história da área, já governada pelos impérios romano, bizantino, pela República de Veneza, pelo império austro-húngaro, por Napoleão Bonaparte, fez parte da Iugoslávia e muito mais.
Ficou interessado em conhecer a Croácia? Ainda dá tempo de se programar para a alta temporada de 2020. Arrume as malas e boa viagem!
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