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Coluna "Turismo": Espanha (Barcelona)

(publicada na edição 525)


A Espanha é um país que possui diversas cidades atrativas ao turismo. Apesar de a capital Madri possuir também muitos o que se visitar, a litorânea Barcelona também encanta os visitantes durante o ano inteiro principalmente devido às intervenções urbanas do arquiteto Antoni Gaudí (1852 – 1926), que deixou genialidade impressa em diversos espaços. No verão europeu, as praias oferecem mais motivos para conhecer a região, com as águas geladas do Mar Mediterrâneo ajudando a refrescar. A vida noturna também faz o destino ser vibrante, perfeito para as férias.


Barcelona é uma cidade cujo deslocamento é muito prático: há 198 estações de metrô distribuídas em 12 linhas, o que permite fácil acesso aos pontos turísticos independente do bairro escolhido para a hospedagem. Há muito o que se visitar, a começar pelo Templo Expiatório da Sagrada Família, o principal cartão-postal da cidade. Trata-se da obra mais importante de Gaudí, e apesar de estar sendo construída desde 1882, ainda não está concluída – sua finalização é esperada para 2026, ocasião do centenário da morte do artista. Em vida, ele viu apenas uma das 18 torres concluídas. Das três fachadas, apenas uma foi finalizada por ele: a do Nascimento, que representa o nascimento e a adolescência de Jesus. A da Paixão foi feita neste tempo e simboliza a dor e o sofrimento da crucificação. A da Glória, a mais imponente, é uma das partes que ainda não está pronta e propõe uma reflexão sobre as origens do ser humano. A riqueza da parte externa da igreja não é refletida em seu interior, que, apesar disso, também merece ser visitado, de preferência com guias para compreender melhor a complexidade de cada um dos detalhes e o artista que o idealizou naqueles moldes – e que deixou marcas na cidade inteira.

Sagrada Família

Perto dali, fica a Casa Battló, cuja fachada também foi projetada por Gaudí com inspiração no carnaval e nas lendas que envolvem São Jorge, o padroeiro da Catalunha (região da qual Barcelona é a capital). Seus cômodos, inspirados no fundo do mar, são tão diferentes quanto sua face voltada para a rua, o que faz a visita bastante interessante. O imóvel é considerado um Patrimônio da Humanidade, pela Unesco, e já na época de sua reforma (1904 – 1906), inspirou outro imóvel, a Casa Milá (La Pedrera), datada entre 1906 e 1912 e também aberta a visitação e diferente da primeira, com um espaço dedicado a explicar a obra do artista e mobília daquele período.


O legado de Gaudí também pode ser conferido no Parque Güell. Ele fica um pouco afastado do Centro e corresponde a uma enorme área de 20 hectares e é repleto de detalhes que exaltam a fase naturalista do arquiteto. Na parte gratuita, pode-se conferir a vista panorâmica da cidade. Na paga, pode-se conhecer a Casa-Museo Gaudí, habitada pelo próprio na maior parte de sua vida e que expõe alguns de seus objetos e a Área Monumental, que também possui muitas belezas que merecem ser conhecidas.

Parque Güell

No outro lado da cidade, fica o Parque de la Ciutadella, um dos maiores de Barcelona e que também foi enfeitado por Gaudí. Suas origens estão ligadas à Guerra da Secessão Espanhola, quando ali foi construída uma antiga cidadela. Esta foi demolida e deu local ao parque, inspirado nos Jardins de Luxemburgo. A antiga cidadela foi erguida na mesma época do Castelo de Monjtüic, que também pode ser visitado. Situado no alto de uma colina, ele também funciona como mirante – perto dele, funciona a Fundació Joan Miró, com vasto acervo deste artista. Não perca!

Castelo de Monjtüic

Vizinho ao Parque de la Ciutadella, fica o Museu Picasso, que exalta o trabalho de outro artista, além de Gaudí. Picasso adotou Barcelona como sua cidade durante muitos anos e, por isso, tem parte de seu grandioso acervo exibido no local, voltado, principalmente, para os anos iniciais de sua carreira, antes das produções surrealistas. Perto dali, fica uma das extremidades do Passeig de Gràcia, uma das avenidas mais charmosas da área (e endereço das casas Battló e Milá). Aproveite para percorrê-la entrando nas lojas e conhecendo os bares e restaurantes.

Casa Battló (Foto: Amadalvarez/Wikipedia)
Casa Milá



Ainda nos arredores, o Museu Europeu de Arte Moderna é outro que merece ser visitado. Instalado em um prédio renascentista do século XVIII, ele é focado em arte figurativa, com diversas coleções a serem visitadas. Muitas das obras realistas destacam-se entre o acervo, que apresenta ao público um enorme número de esculturas. Os amantes de artes não podem deixar de perder também o Museu Nacional de Arte da Catalunha (perto do Castelo de Monjtüic). Guarde algumas horas para conhecê-lo por inteiro: ali, diversos estilos de arte estão agrupados em diversas seções.


Apesar da forte vertente artística da cidade, Barcelona há também museus relacionados a outros temas, como o FC Barcelona, no Camp Nou. O estádio apresenta a história do clube, assim como uniformes, prêmios em um museu que entretêm todos os públicos – não precisa ser amante de futebol para aproveitar o passeio. Imagine ver de perto o gramado por onde grandes nomes, como Lionel Messi, jogam? Se preferir assistir alguma partida, fique atento às datas delas com antecedência – se for algo muito disputado, como Barcelona x Real Madrid, os ingressos se esgotam rapidamente.


Para os amantes de história, o Museu de História de Barcelona é o espaço perfeito. Ele agrupa o patrimônio da cidade desde a pré-história até a Idade Média – por essa retrospectiva, muitos visitantes gostam de começar a viagem por ele, que serve como base para entender outros lugares. Além do acervo, há também muitos sítios arqueológicos que compõe a instituição, instalada no subsolo da cidade. Aproveite para conhecer o passado da região, anteriormente chamada Barcino e sem relevância na Catalunha naquele período.


Outro espaço que também merece atenção é o Museu Marítimo de Barcelona, com muitas histórias da época das grandes navegações. O próprio prédio faz parte da exposição: a construção, medieval, foi usada por muitos séculos como espaço onde as embarcações eram consertadas. Diversos modelos delas são expostos, mas o destaque fica por conta da réplica de uma caravela espanhola de 1517, como as usadas na época das grandes navegações. O espaço ainda traz histórias relacionadas ao tema, mostrando as dificuldades da tripulação e dos escravos; artefatos variados e muito mais, somando sete séculos de memórias concentradas ali.


A cidade ainda é um destino repleto de praias. Há opções para todos os gostos, apesar de os turistas preferirem se concentrar em Barceloneta, a mais próxima do Centro. A mais tradicional, entretanto, é San Sebastiá, a favorita dos moradores. Já o público acompanhado de crianças aprecia bastante Nova Icària. Os naturistas encontram espaço em Mar-Bella. As opções são inúmeras, mas todos os públicos encontram algum lugar nas areias banhadas pelo Mar Mediterrâneo. Que tal fazer de Barcelona seu próximo destino na Europa? Agende já sua viagem!



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