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Art-Palácio Copacabana (1951 - 1998)


(Foto: Divulgação)

O Art-Palácio Copacabana foi um dos cinemas mais duradouros do bairro, com quase 50 anos de funcionamento. Sua inauguração ocorreu em 21 de outubro de 1950 e a primeira sessão apresentou o fi lme francês “O Colar da Rainha”, de 1946. Conforme era padrão, foi apontado como luxuoso, o que era necessário para competir com as outras salas que faziam concorrência na ocasião, incluindo os grandiosos Metro Copacabana e Cinema Copacabana, ambos a poucos passos de seu endereço, na Av. N. Sª de Copacabana, 759B.


Foi o primeiro do grupo Art Filmes, do comendador Ugo Sorrentino, no Rio de Janeiro. Logo, passou a ser conhecido apenas como Art Copacabana, apelido que, nas décadas finais, se sobrepôs à alcunha of cial, mas durante a maior parte dos anos, ambas as formas eram usadas para se referir ao endereço.


Nos anos iniciais, teve um viés esportivo incomum aos cinemas da época, servindo como bilheteria oficial de eventos como a temporada internacional de basquete, no Maracanã; a luta entre o campeão mundial Archie Morre e o português Julio Neves, no Maracanãzinho; dentre outros eventos. Também foi o único cinema da Zona Sul a exibir o documentário “A Marcha Triunfal dos Campeões do Mundo”, que mostrava o regresso da Seleção brasileira desde Estocolmo, na Suécia, até São Paulo, onde a primeira vitória do Brasil em uma Copa do Mundo foi comemorada, em 1958.


O cinema virou notícia em 1959 pela exibição de “Exploradores de Brancas”, o primeiro a exibir uma cena de strip tease de dois personagens, então a sequência mais ousada da história da indústria cinematográfi - ca. Posteriormente, os olhares se voltaram ao espaço por causa de visitas ilustres, como da atriz italiana Claudia Cardinale, no mesmo ano; de Marília Pêra, Paulo José, Vic Millitelo, Hector Babenco (1975) e do diretor inglês Peter Brook (1980)


Ao longo de sua trajetória, o Art-Palácio Copacabana foi atingido pelos problemas de conservação e higiene que afetaram os cinemas antigos. Uma grande intervenção em 1970 revitalizou o espaço, que voltou a ter prestígio. Devido à boa fase, em 1974, a Caixa Econômica teria oferecido 25 milhões de cruzeiros a Sorrentino e a negociação era dada como certa, mas não foi concretizada. No ano seguinte registrou a segunda maior bilheteria da cidade de sessões de “O Poderoso Chefão”, superado apenas pelo vizinho Metro Copacabana. Ainda nessa boa fase, recebeu um grande público que ia ao cinema assistir “Flash Gordon no Planeta Mongo”, em 1977. O sucesso dos 12 capítulos foi enorme e apesar de as sessões serem voltadas ao público infantil, atraíam também muitos adultos, que se divertiam assistindo as cenas repletas de aventura e suspense.


O Art Copacabana funcionou até 2001, quando teve as atividades encerradas sem alarde. A última sessão, do filme” Sob Suspeita”, foi exibida sem que houvesse qualquer menção ao fi m do cinema. Durante alguns dias, os jornais mantiveram seu nome na programação do dia, acompanhado de uma observação de que estava fechado. Não havia informações sobre ser algo temporário e, sem aviso, a sala deixou de existir.

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