Coluna "A Arte de Copacabana": Noêmia Guerra
- Mauro Franco

- 4 de ago.
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Quem passa diariamente por uma das esquinas do Posto 6, em Copacabana, talvez não se dê conta de que está diante de uma joia da arte moderna brasileira. No número 131 da Rua Raul Pompeia, na esquina com a Rua Júlio de Castilhos, um enorme painel em mosaico de pastilhas chama a atenção não apenas pelas cores vibrantes e formas orgânicas, mas também por sua importância histórica e cultural.
A obra é assinada pela artista plástica Noêmia Guerra, uma das representantes de destaque da produção artística brasileira de meados do século XX. Tombado como patrimônio em 2019, o painel é um exemplo significativo da linguagem abstrata alinhada à estética da arquitetura moderna nacional. Sua composição dialoga diretamente com os valores artísticos da época, representando a tendência de contratação de artistas plásticos para adornar condomínios.
O prédio foi construído em 1955, mas a obra foi concluída no ano seguinte, conforme indica uma placa instalada no local. Ainda que seja uma obra de arte exposta em via pública, sem grade na frente, permitindo a apreciação na íntegra e de perto, quase nenhuma informação foi encontrada na internet ou nos jornais da época, o que contrasta com a relevância da artista, que produziu aquele trabalho no começo de sua carreira: em 1958, mudou-se para Paris, onde dedicou a vida à arte durante 46 anos – nesse tempo, realizou incontáveis visitas ao Brasil, onde participou de exposições como a Bienal de São Paulo.



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