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Coluna "A Arte de Copacabana": Edifício Montese

Essa edição da coluna “A Arte de Copacabana” é dedicada, novamente, a um mosaico desconhecido da grande parte da população da região. Instalado no Edifício Montese, na Rua Gustavo Sampaio, 194, a arte, que enfeita a entrada do condomínio, é percebida por todos que ali vivem ou o visitam, mas pouco reparada por quem anda na calçada.


A imagem retrata a Batalha de Montese, que dá nome ao prédio. Aconteceu entre 14 e 17 de abril de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, e teria sido a mais sangrenta enfrentada pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), matando 189 civis e 34 soldados e destruindo 74% da pequena localidade de Montese, na Itália, que estava ocupada pelos alemães nazistas. A gratidão dos locais pela libertação foi tanta que um espaço público foi nomeado como Piazza Brasile (“Praça Brasil”) e até os dias atuais, crianças cantam o hino da FEB na festa que celebra o episódio.


A conexão da Batalha de Montese com o Leme surgiu depois, a partir de 1949, quando um grupo de oficiais juntou suas economias para construir um prédio para morarem. Naquela época, a especulação imobiliária começava a dar seus primeiros passos e as incorporadoras estavam aproveitando para lucrar, o que encarecia os valores dos apartamentos prontos. Na ideia original, foram projetadas 70 unidades, muitas delas vendidas diretamente aos proprietários, sem intermediários, com a finalidade de reduzir os custos de cada uma; dessa forma, foram comercializadas rapidamente, possibilitando o pagamento do empréstimo feito pelos idealizadores para custear a construtora e a compra do terreno, onde havia quatro casas, sendo uma delas a de Ary Barroso, que compôs “Aquarela do Brasil” ali.

A liberação delas foi a parte mais demorada do processo, uma vez que, devido à alta nos preços, os moradores tiveram dificuldade de encontrar novas moradias (Barroso mudou-se para outra casa no Leme, na ladeira que atualmente leva seu nome). As obras avançaram rapidamente, fazendo subir um dos edifícios mais icônicos do Leme: até os dias atuais, basta mencionar “Montese” que os moradores do bairro sabem qual é o prédio, sem precisar de outras referências.


Como a construção já saiu do papel batizada em homenagem à batalha vencida pela FEB, incluindo os idealizadores do imóvel, o painel foi encomendado retratando aquele período histórico que ajudou a mudar os rumos da história mundial. Sua autoria, entretanto, não pôde ser confirmada pela equipe do Jornal Posto Seis: a assinatura sinaliza apenas que as iniciais do artista eram A.Z. Caso tenha informações sobre sua identidade, entre em contato com o Jornal Posto Seis (21 98415-3414)

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