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Cinema Metro Copacabana (1941 - 1977)


Fachada do Cinema Metro Copacabana
Fachada do Metro Copacabana

Após a inauguração dos grandiosos cinemas Roxy e Ritz, o Metro Copacabana chegou ao bairro trazendo modernidade. Foi o terceiro da rede na cidade, que já contava com o Metro Passeio (posteriormente renomeado Boavista) e o Tijuca, que passou a funcionar na mesma época do da Zona Sul, também a partir de 1941.


Todos foram projetados pelo renomado arquiteto Robert Prentice, responsável também pelo prédio da Estação Barão de Mauá (popularmente chamada de Leopoldina), que levou as salas do Metro um padrão de luxo ainda superior ao conferido aos demais espaços anteriores. Lustres de cristais e poltronas estofadas eram algumas das novidades, mas o que chamava mesmo a atenção era o o sistema de climatização, que gelava até a calçada adjacente. De tão potente, foi necessária a construção de uma nova caixa subterrânea da Light, com os equipamentos mais moderno, a fim de comportarem aquela carga elétrica, inédita na região.


A sessão inaugural, em 5 de novembro, foi patrocinada pelo prefeito Henrique Dodsworth, teve todo o lucro destinado à Caixa de Merenda Escolar de Copacabana. O filme escolhido para a ocasiao foi a opereta “Balalaika”, lançado dois anos anos e um grande sucesso da Metro-Goldwyn-Mayer, estúdio responsável por manter aquele espaço – e por trazer os artistas que, frequentemente, vinham ao Brasil prestigiar as estreias.


O sucesso imediato da sala foi tão grande que, cinco meses depois da primeira sessão, ela foi uma das poucas selecionadas para a comemoração do aniversário do então presidente Getúlio Vargas. Na data, o Sindicato Cinematográfico de Exibidos ofereceu uma matinée gratuita para crianças – a única no bairro. Este público, posteriormente, se tornaria assíduo do local, principalmente aos domingos de manhã, quando o Festival Tom & Jerry formou uma legião de fãs no Brasil. O desenho, produzido pela Metro-Goldwyn-Mayer entre 1940 e 1967, eram exibidos exclusivamente nos cinemas Metro e as sessões eram tão disputadas que, até os dias atuais, estão presentes no imaginário do público, atualmente na terceira idade. Foi ainda com o Festival Tom & Jerry que a rede homenageou os 50 anos da revista infantil O Tico-Tico, e que circulou entre 1905 até a início de 1960. Pioneira na publicação de histórias em quadrinhos no país, coube a ela introduzir ao público brasileiro personagens como Mickey Mouse, Popeye e o Gato Félix. Outra novidade da programação do cinema foi a Sessão Mistério, sempre às quartas: o público comprava ingresso e descobria apenas na hora o que seria exibido.


O Metro-Copacabana também foi selecionado para outras causas beneficentes, como a da Missão Anchieta, em 1960. A ação era mantida por padres jesuítas do Norte do Mato Grosso e visava proteger cerca de 18 mil índios que viviam na região. O filme escolhido para ajudar a causa foi o sucesso “Ben Hur”, cujo valor arrecadado com as entradas foi inteiramente destinado às principais das 31 tribos englobadas.


Em abril de 1968, o cinema virou notícia devido a um episódio de violência. Poucos meses antes da assinatura do AI-5, o Exército recebeu a informação de que 200 estudantes contrários ao regime militar estariam escondidos no interior do local. A informação levou as tropas do Forte de Copacabana e da Polícia Militar a cercarem o endereço. Na saúda de uma das sessões, o tumulto resultou no espancamento de muitas pessoas que estavam ali assistindo ao filme. Destas, 300 foram presas.


O Metro-Copacabana funcionou até janeiro de 1977, quando a exibição de “A Violentada’ encerrou as atividades do local, simultaneamente com o da Tijuca. O motivo do fechamento foi a especulação imobiliária: os prédios foram vendidos e demolidos para darem lugar a edifícios altos e modernos.

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