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Bairro Peixoto ganha horta comunitária


Alguns dos voluntários que mantém a horta

O Bairro Peixoto ganhou uma horta comunitária. Plantada por moradores, com apoio da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Peixoto (Oásis), tem feito sucesso e ajudado na conservação da Praça Edmundo Bittencourt.


A ideia partiu da então diretora do meio ambiente da Oásis, Viviane Koopfe, mas quem tirou do papel foram dois moradores. “A praça estava muito deteriorada. Há dois bustos, um do Edmundo Bittencourt e outro do Einstein. O mais próximo à entrada do bairro, pela Figueiredo, era o do Bittencourt. Estava cercado por pertences de população em situação de rua, bem depredado”, conta Jacqueline Rocha, uma das responsáveis pelo pontapé inicial. O lixo foi todo tirado manualmente e o espaço, cercado para evitar a depredação da horta que ainda seria construída. Atualmente, um portão, constantemente destrancado, permite o acesso de todos os interessados em colaborar.

Jacqueline aponta que a pandemia fez com que grande parte dos moradores do entorno passassem a prestar atenção em detalhes até então desapercebidos, o que aumentou o interesse pela horta. Aos poucos, ajudas variadas foram sendo somadas ao projeto. “Começou um movimento entre os moradores. Um via o outro e queria ajudar. Todo mundo tinha um abacateiro para doar, mas outros tinham um pé de pitanga e outras mudas. Todos ajudaram com alguma coisinha e participam até se oferecendo para regar”. Atualmente, a horta é composta por ervas medicinais e/ou aromáticas, temperos e até flores, que se somam aos aproximadamente 20 pés de árvores frutíferas que já existiam na praça.

A água é fornecida pelo Edifício Jucati, que funciona como um hotel e, portanto, obedece as normas referentes a esse tipo de estabelecimento. “O parâmetro da Cedae é muito superior ao consumo dele, então sobra e já está pago porque há uma cota mínima. O Jucati nos abre as portas, a Oásis liga uma mangueira e rega a horta (situada em frente ao prédio). As pessoas ainda enchem mais garrafas e molham as árvores no extremo oposto da praça”, conta Jacqueline, celebrando a parceria. Outra medida que possibilita a existência da horta é a composteira construída no espaço, cuja estrutura foi erguida com madeira reciclada e telhas de garrafa PET. As instruções de uso têm sido eficazes, o que resulta na produção de quase 100kg de adubo por semana. “Se botar certo tipo de comida, pode juntar vetores, como ratos e baratas. Por isso, não pode comida cozida, tem que ser crua!”.

Apesar do êxito, Jacqueline aponta que a produção ainda é pequena demais para possibilitar doação de alimentos. Ainda assim, todos são convidados a experimentarem do cultivo da horta comunitária. “Se alguém quiser fazer um chá, dizemos para pegar com cuidado duas ou três folhas. Não é para alguém arranjar a alface inteira para fazer uma salada. A população de Copacabana é imensa. A função da horta é educativa. Crianças pequenas vão lá. Outro dia tinha uma senhora com duas menininhas que foram lá só fazer carinho nas plantas. Elas acharam que aquilo as ajudariam”, aponta.


A ideia é levar a iniciativa também para outros espaços, como a Praça Vereador Rocha Leão, que também faz parte do Bairro Peixoto. “Lá, não há flores. É uma praça triste, com equipamentos urbanos deteriorados. Todos os bancos foram roubados. A Oásis vai tentar dar um jeito de consertar”. Enquanto a novidade não sai do papel, Jacqueline deseja que a medida seja copiada em outros endereços de Copacabana: “O Parque da Chacrinha também tem uma, menor, mas muito bem feitinha. Espero estimular ações semelhantes em mais lugares, em qualquer espaço mínimo que possibilite isso.

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