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Avenida Niemeyer

Thayssa Rodrigues

Chapéu dos Pescadores, na Avenida Niemeyer, antes da construção da ciclovia

Uma rodovia com curvas suntuosas, que já serviram de palco para uma das mais famosas corridas automobilísticas da cidade, ainda na década de 1930 (o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro), a Avenida Niemeyer se tornou um importante e deslumbrante ponto turístico do Rio. Ligando a Zona Oeste a Zona Sul, em uma estrada que vai do Leblon a São Conrado, a via beira o Oceano Atlântico oferecendo uma vista privilegiada a todos os que trafegam por esse caminho. Pelo trajeto é possível ver, ainda, casas de alto padrão e um hotel de luxo, que se contrapõe a simplicidade da comunidade do Vidigal, que também já faz parte do roteiro de muito visitantes. Para todos aqueles que desejam observar a beleza das praias do local sob um outro ângulo, e curtir um passeio agradável a 35 metros do nível do mar, a avenida é uma ótima opção. A história da avenida começou em 1891, quando um primeiro projeto foi apresentado para o costão de pedras em que ela se localiza, formado pela rocha do Morro Dois Irmãos. A primeira ideia, apontada pela Companhia Viação Férrea Sapucaí, era construir no espaço uma ferrovia, que sairia do local até a Barra da Tijuca, onde continuaria seu caminho até Santa Cruz, tendo como destino final Angra dos Reis. No entanto, o desafio foi abandonado ainda no início dos trabalhos, sendo retomado alguns anos depois, em 1910, pelo diretor do Colégio Anglo-Brasileiro, professor Charles Weeksteed Armstrong. A unidade de ensino estava instalada na Chácara do Vidigal e modificou a primeira proposta, trocando a finalidade do caminho para uma rodovia, com uma extensão bem menor que a pensada anteriormente. Entretanto, mais uma vez a construção da estrada não foi muito adiante, sendo interrompida novamente, devido as dificuldades apresentadas pela geografia do local e a falta de recursos para bancar os custos da empreitada. Apenas em 1915 a obra avançou de fato, devido ao investimento do comendador e engenheiro Conrado Jacob Niemeyer, proprietário da área, que bancou o fim da obra e ofereceu a passagem, entre os bairros do Leblon e São Conrado, como logradouro público a Prefeitura. Em 20 de outubro de 1916 a avenida foi inaugurada pelo então prefeito, Azevedo Sodré, que a nomeou em homenagem ao seu empreendedor. Na ocasião foi fixada uma placa de bronze e granito (que está no local até hoje) na rocha inicial do trajeto, localizada ao lado do tradicional Hotel Leblon. Quatro anos depois, em 1920, entretanto, a via foi alargada e asfaltada em decorrência da visita do Rei Alberto, da Bélgica. O ilustre convidado, aliás, ganhou uma homenagem em uma das curvas do trajeto, onde foi construído o "Viaduto do Rei Alberto". Devido as modificações, o local foi reinaugurado nesse ano. Alguns anos depois, já na década de 1930, mais precisamente a partir de 1933, a avenida se tornou famosa por abrigar um importante evento automobilístico, o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, que reunia um público numeroso para assistir a corrida de carros que acontecia entre as curvas da estrada. A atividade foi tão importante que, graças a ela, o automobilismo brasileiro entrou para o calendário internacional do esporte. Na ocasião, a mureta de concreto que delimita o espaço da pista, em uma área específica, ao lado do viaduto, ficou conhecida como "Gruta da Imprensa", devido a quantidade de jornalistas esportivos que se posicionavam ali, estrategicamente, para cobrir o evento. As disputas permaneceram nesse espaço até 1942, ano em que as corridas foram suspensas devido aos conflitos gerados pela Segunda Guerra Mundial. Apenas em 1946 a competição voltou a acontecer, no entanto, o trajeto da Niemeyer já havia se tornado obsoleto para essa finalidade esportiva e o evento passou a acontecer, desde então, no Autódromo José Carlos Pase, em Interlagos, na cidade de São Paulo. A partir daí, a avenida passou a ser utilizada somente como caminho para passagem de veículos de transporte, deixando se servir como pista de corrida. Anos mais tarde, no entanto, o cenário voltaria a ser utilizado como percurso esportivo, servindo de caminho para milhões de pessoas passarem correndo a pé, durante a maratona da cidade. Atualmente, a Avenida Niemeyer é considerada uma importante rodovia da cidade, por onde passam veículos diariamente. Sua área continua sendo admirada por moradores e turistas e o trajeto é apontado como sendo um dos mais bonitos da região. Fontes: SN. O crescimento do automobilismo brasileiro nas ruas do Leblon. Jornal Via, Rio de Janeiro, agosto/2012. Página 16. In: http://www0.rio.rj.gov.br/pcrj/destaques/especial/avenida_niemeyer.shtm In: http://www.historiadorio.com.br/viadutos/niemeyer In: http://www.elianebonotto.com/2011/10/gruta-da-imprensa.html In: http://brevescafe.net/nie_linha.htm

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