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Leblon


Pôr-do-sol visto do Leblon, com Morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea na paisagem

O Leblon possui mil facetas. Conhecido pelos moradores como um lugar tranquilo e bucólico, é alvo da curiosidade dos turistas, que querem conhecer a região que já foi cenário de muitas novelas. No entanto, quem passeia pelas tradicionais ruas da vizinhança nem imagina que, por naquele pequeno bairro, há muitas histórias diferentes das que a telinha mostra.

O Leblon também era habitado por índios tamoios, que chamavam a região de Ypuim. Ali existia a aldeia Kariané, que foi eliminada entre 1575 e 1578, quando o governador da província, Antônio de Salema, teria ordenado que as roupas de pessoas doentes fossem abandonadas nas matas próximas, para matar os indígenas que não tinham anticorpos para aquelas moléstias. Antes mesmo da fundação da cidade o terreno já era explorado pelos franceses, que extraíam pau-brasil do entorno da lagoa durante o período conhecido como França Antártica.

Posteriormente, depois da chegada definitiva dos portugueses, foi erguido o Engenho D'El Rey, fazendo da área uma das primeiras a serem habitadas longe do Centro. Com o fim do empreendimento, o terreno foi comprado por Sebastião Fagundes Varela, em 1608. Já as terras da praia ganharam seu primeiro dono em 1603: Antônio Pacheco Calheiros. Passados três anos, Afonso Fernandes obteve a carta de sesmaria que lhe garantia a posse da área. Após sua morte, a viúva Domingas Mendes doou a propriedade ao governador Martim de Sá, dono de um engenho na Lagoa. Como não havia interesse no litoral, os repasses sucessivos fizeram de Varela o dono de toda a região. Até 1808, ano em que o príncipe regente D. João VI desapropriou todo o entorno da Lagoa, as terras mantiveram-se em família: foram herdadas pelas gerações seguintes até a bisneta de Varela, Petronilha, casar com Rodrigo de Freitas Castro e Mello, que voltou a Portugal e deixou suas posses para seu filho, Rodrigo de Freitas.

A orla de toda a zona sul, que não interessava ao regente, foi repasssada e adquirida pela chacareira Aldonsa da Silva Rosa, que passou a ser a dona de toda a chamada "Fazenda Copacabana". Novamente, após várias sucessões, o terreno foi comprado pelo francês Manuel Hipólito Carlos Leblon (nascido Emannuel Hyppolite Charles Toussaint Leblon de Meyrach - seu nome foi alterado após vir morar no Brasil e a versão em português é a que consta eu seu registro de casamento e nos contratos assinados aqui), que instalou no fim da praia sua empresa de caça baleeira, a Aliança, cuja produção contribuía com a iluminação pública e com a construção civil. Com o fim desse negócio, em 1857, devido aos avanços tecnológicos, a Fazenda Copacabana foi dividida e a área que atualmente pode ser limitada entre a Rua Barão de Ipanema, em Copacabana, e o Pico Dois Irmãos, foi comprada pelo comendador José Antônio Moreira Filho, o 2º Barão de Ipanema. Até então, a praia inteira era conhecida como Praia Grande de Fora ou Copacabana, em referência à igreja que existia onde atualmente há o Forte de Copacabana.

Pouco tempo depois, em 1881, uma das partes foi vendida ao português José de Guimarães Seixas, cuja casa ocupava o terreno onde hoje está o Clube Campestre da Guanabara, na Rua Alberto Rangel. As características do terreno teriam agradado Seixas, que menos de um mês após tornar-se o proprietário, teria voltado ao cartório para oficializar uma sociedade com o empresário norte-americano Cutts Shannon (que era o gerente da Botanical Garden Rail Road Company, depois chamada de Companhia Ferro-Carrol do Jardim Botânico, responsável pelos bondes que circulavam pela cidade), com o intuito de explorar a área. A ideia era a construção de um hipódromo - o atual ainda não existia e as corridas eram realizadas no Engenho Novo. Assim, Shannon tornou-se proprietário de metade da chácara até 1880, quando retornou à Europa e devolveu seus terrenos ao sócio.

Filho era adepto da causa abolicionista e abrigou muitos escravos fugitivos, fundando ali o Quilombo Leblon (também chamado de Quilombo do Seixas), que contava com toda a estrutura necessária, como estábulos, água nascente, mata virgem e árvores frutíferas. Lá, os negros cultivavam camélias, flores que eram o símbolo do movimento abolicionista e que foram entregues pelos quilombolas a Princesa Isabel no dia da assinatura da Lei Áurea, após uma procissão a pé até o Paço Imperial. Em meados da década de 1930, ainda havia indícios do quilombo na encosta do Morro Dois Irmãos.

Apesar da origem ser semelhante a de Ipanema, que começou a ser urbanizada em 1894, o Leblon desenvolveu-se lentamente como um apêndice do Jardim da Gávea (até então, povoado somente com propriedades rurais) devido às restrições geográficas: entre os terrenos, havia o Canal da Lagoa (posterior Jardim de Alah). A primeira ponte conectando as regiões vizinhas foi erguida somente em 1918, o que atrasou o crescimento do Leblon. Até então, uma das únicas ligações existentes com o resto do continente era a Gávea, já que o terreno era delimitado pelo Canal da Lagoa, pela Lagoa Rodrigo de Freitas, pelo mar e pelo Morro dos Irmãos, onde já era aberta a Avenida Niemeyer, que era o acesso para a ainda mais inabitada região de São Conrado. Com a construção da estrutura, conectando as avenidas Vieira Souto (em Ipanema) e Delfim Moreira, foi possível a abertura de novos logradouros e o loteamento, o que começou a atrair a população. O Leblon tornou-se um bairro independente no ano seguinte, em 26 de julho, data na qual foram definidas as principais vias. No entanto, o que foi feito para ser uma solução tornou-se um problema: como a passagem da água era muito pequena, a água doce saía, mas a salgada não entrava, transformando a região, que não era muito salubre, em um grande foco de febre amarela e malária, o que foi resolvido somente com o saneamento da lagoa, o que combateu o lodo, os mosquitos e a alta mortandade de peixes (problema que se tornou crônico). Isso foi possível devido à construção de um canal, em 1922, no fim do bairro, onde foi aberta a Rua Visconde de Albuquerque), estendendo-se pelo contorno do Morro Dois Irmãos, com o intutito de desviar os cursos dos rios Rainha, Macacos e Cabeça e reduziu a dragagem.

Em 1933, essa construção fez parte do trajeto do Circuito da Gávea, que fomentou o automobilismo no Brasil. As vias, até então quase que primitivas, eram cenário de perigosas e emocionantes corridas do Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro. Os corredores se aventuravam nos 11km do circuito, apelidado como "Trampolim do Diabo" por cruzar os trilhos do bonde que ligavam o bairro ao Jardim Botânico, fazendo os carros escorregarem. A prova era concluída após o percurso, que partia da Gávea e era circular, ser repetido diversas vezes.

As condições das corridas eram precárias. A velocidade dos automóveis, conhecidos na época como "baratinhas" por causa de seus modelos, chegava a 90km/h. Em muitas partes, o terreno era de chão de terra batida. Nos trechos mais modernos, os paralelepípedos eram os problemas dos corredores, que também encaravam desafios como pistas estreitas e curvas sinuosas. O público acompanhava as provas de diversos pontos, como o Mirante do Zig Zag (atual Mirante do Sétimo Céu), que recebeu esse nome devido o formato de sua subida. O Circuito da Gávea começou a entrar em declínio com a Segunda Guerra Mundial. Por causa dos conflitos, as corridas foram suspensas entre 1942 e 1946. Nesse período, o trajeto tornou-se obsoleto para os automóveis modernos, que passaram a competir no Autódromo José Carlos Pace (Interlagos), em São Paulo. A última prova foi em 1954, com a participação de carros esportes.


Na década de 1930, o Leblon continuava praticamente vazio, com a maior parte dos terrenos sem nenhuma edificação. No entanto, a população de classe média cada vez fixava residência no bairro, ainda bucólico. Em 1938, foi construído o Jardim de Alah, cujo nome foi inspirado no filme "The Garden Of Allah", lançado dois anos antes e que fez muito sucesso. Ali, em torno do canal, (aberto também na década de 1920, junto com o da Rua Visconde de Albuquerque), foi projetada uma praça. A via aquática fazia parte da concepção. Sua estrutura estreita e profunda (diferente da ligação natural com o mar, que era larga) tinha o intuito de permitir a navegação de gôndolas pela via aquática, indo a passeio até a Lagoa Rodrigo de Freitas, o que não aconteceu, apesar dos deques para embarque e desembarque. Foram instaladas comportas perto do mar, com o objetivo de controlar a entrada e a saída das águas - o que nunca efetivamente foi feito com êxito. O lazer se estendia à praça em seu entorno, que virou um ponto de passeio familiar, com charretes puxadas a bodes e cavalos (para a alegria das crianças) e outros atrativos.

No mesmo ano, foi inaugurado o Estádio José Bastos Padilha, mais conhecido como Estádio da Gávea (que, apesar do apelido, fica no Leblon). De propriedade do Clube de Regatas do Flamengo, foi batizado em homenagem ao presidente do clube na época. Um dos episódios mais conhecidos foi a final do Campeonato Carioca de 1941. Na ocasião, o Flamengo precisava vencer o Fluminense, mas começou o jogo perdendo, para a alegria da torcida rival. No entanto, para a surpresa de todos, o atacante Pirillo marcou dois gols, conseguindo um empate e ameaçando a taça do time rival. Com isso, a torcida tricolor passou a chutar todas as bolas no interior da Lagoa Rodrigo de Freitas (que, na época, ainda não tinha sido aterrada e beirava o estádio), com o intuito de encerrar a partida devido à ausência delas. Para contornar a situação, o time de remo do Flamengo entrou na água e retirou as bolas, o que não foi suficiente para conquistar o gol de virada. A estrutura foi muito usada até a década de 1960, quando parte dela foi demolida para a abertura da Rua Mário Ribeiro, que visava melhorar o fluxo de veículos entre a Lagoa e a Barra. Atualmente, a capacidade em suas arquibancadas é de 8 mil pessoas.

Em 1942, o Leblon tornou-se notícia por um fato curioso: foi descoberto um centro de espionagem nazista em uma casa localizada no número 318 da Rua Campos de Carvalho (atual General San Martin). O alemão Josef Starziczny, que estudou em escolas militares, recebeu a missão de vir ao Rio de Janeiro observar a movimentação dos navios dos Aliados e informar ao Eixo. Com o nome falso de Niels Christensen, cometeu dois grandes erros, que chamaram a atenção da fiscalização. O primeiro foi durante a compra dos equipamentos para a montagem da estação de rádio. Seu português ruim, somado à escolha suspeita dos instrumentos em plena Segunda Guerra Mundial alertou o vendedor, que chamou a polícia. Foi montada uma grande investigação e, em três meses, Starzicny foi preso. Outra falha foi ter que se apaixonado por uma gaúcha, que era levada para os encontros do grupo nazista. Durante a prisão, foi descoberto que a rota do transatlântico inglês Queen Mary, que levava a bordo 8 mil soldados canadenses, havia sido avisada aos submarinos germânicos, que estavam prontos para atacar. Após o contato com a tripulação, que desviou o caminho de Buenos Aires para a Austrália, o possível ataque foi evitado.


Nesse tempo, a segunda ponte ligando o Leblon Ipanema, entre as ruas Ataulfo de Paiva e Visconde de Pirajá, já havia sido erguida. Ela foi inaugurada em 1936, quando há tinham surgido, em menos de dez anos, duas favelas ainda pequenas. A mais antiga, a da Memória, foi vizinha ao largo homônimo e removida em 1942. Sua área foi incorporada ao exército, que fundou no seu lugar o 18º Grupamento de Artilharia de Costa Motorizado. Atualmente, o terreno é ocupado pela sede do 23º BPM. A destruição, através de um grande incêndio, virou notícia em diversos jornais, que destacaram a maneira como os casebres, já desocupadas, tiveram fim. Cerca de dez focos de fogo foram espalhados no terreno, cheio de construções feitas de madeira, material altamente inflamável. Em pouco tempo, formou-se uma grande fogueira, com cerca de 1km de extensão. Os moradores foram transferidos para um Parque Proletário na Gávea, com a promessa de receberem casas de dois quartos com vista para a mata, em vizinhança silenciosa, com localização privilegiada e acesso à escolas, creches e cursos profissionalizantes, além de posto de saúde próprio. Na realidade, receberam moradias de madeira, sem cozinha ou instalações de esgoto - os banheiros eram coletivos. Eles ficaram ali até o fim da década de 1960, quando o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, realizou um projeto de remoção das comunidades. No terreno, foi erguido o Planetário do Rio, prédios residencias e, posteriormente, a Puc-Rio.

Outro parque proletário, com estrutura inferior ao da Gávea, havia sido inaugurado ao lado da Favela da Praia do Pinto, que era a maior do Rio de Janeiro. A insalubridade era uma das marcas da comunidade, que também surgiu na mesma época da vizinha de bairro. Segundo o pesquisador Rogério Suarez Barbosa Lima, em seu livro "O Antigo Leblon - Uma Aldeia Encantada", os primeiros moradores teriam vindo da encosta do Morro Dois Irmãos, loteada pela Companhia de Terras do Leblon. Era comum encontrar mulheres usando a beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde as construções se concentravam, para lavar roupa. O convívio com os outros moradores do bairro eram discretos: as ídas à praia aconteciam durante à tarde, quando a maior parte já tinha ído embora - com exceção dos sábados, quando todos jogavam futebol nas areias, sem que os grupos se misturassem. A extinção era planejada desde meados dos anos 50, época que a população do local era de 20 mil pessoas. A remoção forçada aconteceu em 1969, durante o governo de Negrão de Lima, após a extinção da Ilha das Dragas e da Ilha dos Guardas (que também possuíam casebres). Na ocasião, outro incêndio, com causas nunca esclarecidas, destruiu quase todos os barracos. Os que sobraram foram derrubados pela polícia no dia seguinte ao ocorrido. Os moradores foram reassentados em diversos locais, como na recém-criada Cidade de Deus, na Cidade Alta (em Cordovil) e na Vila Kennedy. Em seu endereço, foi erguido o conjunto de edifícios conhecido como "Selva de Pedra".

Antes do fim da comunidade da Praia do Pinto, muitas dos moradores foram realocados para a Cruzada São Sebastião, construída na Pedra do Bahiano (hoje escondida embaixo do Shopping Leblon, o que justifica as escadas rolantes em sua entrada) nos anos 50. Custeado por Dom Hélder Câmara, o conjunto habitacional foi erguido nos moldes da vanguarda cujas ideias predominavam na Europa desde os anos 20, que visava "industrializar" as moradias. O complexo foi construído na forma de dez blocos de edifícios, com sete andares cada, totalizando 910 apartamentos. Na planta inicial, estava prevista uma igreja, uma escola, um centro social e um mercado, além de apartamentos três tamanhos (pequeno, médio e maior), todos com cozinha e banheiro independentes. As obras duraram seis anos.

Nessa época, o Conjunto dos Jornalistas já havia sido inaugurado. Construído no início da década de 1950, foram, durante muito tempo, os prédios mais altos do Leblon. São localizados perto do Jardim de Alah, na esquina com a Rua Ataulfo de Paiva. Os três prédios - erguidos nos mesmos moldes europeus - receberam esse nome pois, após serem concluídos, tiveram algumas de suas unidades doadas a estes profissionais. Outros apartamentos foram destinados a ex-pracinhas e comerciários que sofriam com ordem de despejo. Durante muito tempo, o condomínio servia de referência aos navios que chegavam à cidade, constando nas cartas náuticas por causa do tamanho das estruturas.

Os anos 70 marcaram a especulação imobiliária na região, bem adensada por prédios baixos, que raramente passavam dos cinco andares. Muitos deles foram substituídos por "espigões" mais modernos. Na década anterior, essa mudança já havia sido iniciada, mas de forma lenta. No entanto, na medida em que Ipanema ficava saturada, as construtoras procuravam terrenos no Leblon, o que provocou profundas mudanças no bairro tranquilo. Foi nessa época que foi o erguido o Hotel Marina, imortalizado na música Virgem, da cantora Marina Lima.

Acompanhando o desenvolvimento, em 1971, a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal) instalou no terreno vizinho à antiga Favela da Praia do Pinto um hortomercado, com espaços de vendas padronizados, onde todos os vendedores se concentrariam, reduzindo as perdas de alimentos e o aumento da higiene. Outro projeto igual já tinha sido colocado em prática no Humaitá. Cerca de 20 anos depois, bares e restaurantes transformaram a Cobal em um dos points favoritos dos cariocas.

Ainda nessa época, o Baixo Leblon (trecho compreendido entre as ruas Ataulfo de Paiva, Dias Ferreira e Aristídes Espíndola) tornou-se o espaço da contracultura, reunindo os jovens e os intelectuais da época, que antes se reuniam perto do Píer de Ipanema (demolido em 1974). A região tornou-se uma referência de agitação noturna. O trio formado pela Pizzaria Guanabara e pelos bares Real Astoria e Diagonal foram apelidados de "Triângulo das Futilidades". Uma dos principais nomes que exemplifica essa época é o compositor/cantor Cazuza, frequentador assíduo das noites do Leblon, que transportou a realidade daquele cenário para a letra de algumas músicas.

Em 1992, as belezas naturais da paisagem vista do Morro Dois Irmãos foram valorizadas com a criação do Parque Natural Municipal do Penhasco Dois Irmãos - Arquiteto Sérgio Bernardes, com 25 hectares de área verde. A subida é pelo antigo Mirante do Zig-Zig, onde os antigos expectadores das corridas concentravam-se para ver os carros passarem pela Rua Visconde de Albuquerque, cujo acesso é pela Rua Aperana. Na área de lazer, com vista panorâmica da região, foram construídas quadras de esportes, playground infantil, um pequeno teatro de arena e trilhas. Há o Mirante Sétimo Céu (que já existia ali antes da inauguração). Há também o antigo Mirante Sétimo Céu, que, após o acidente do vôo 447, que caiu no mar quando ia a Paris em 2009, recebeu dois monumentos às vítimas, com 228 pequenas pombas brancas (uma representada cada vítima) que, instaladas em um mural de vidro, parecem voar pelo Leblon.

Na primeira gestão do prefeito César Maia (1993 - 1997), o Leblon passou por intervenções urbanas com o início as obras do projeto Rio Cidade, que dividiu a opinião dos moradores no ano de 1996. Grande parte das ruas foram pavimentadas com cimento; novos postes, tortos em relação às calçadas, foram instalados, dentre outras mudanças que, com o passar dos anos, foram descaracterizadas devido à falta de manutenção e ao vandalismo.

A criação das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural (APAC), em 11 de novembro de 2001, ajudou a preservar um pouco da história da região. Foram escolhidos 218 imóveis antigos e que não foram descaractericados com o tempo. Além disso, ficou decretado que as novas construções deveriam manter os padrões históricos e sociais que contribuíram para o desenvolvimento do bairro. O argumento da Prefeitura era que a diferença brusca entre os prédios construídos após a legislação imobiliária de 1986 estavam interferindo desfavoravelmente na ambiência, prejudicando a imagem da vizinhança, que corria o risco de perder sua memória identidade sócio-cultural. No entanto, muitos das construções que deveriam ser protegidas não resistiram e foram destruídas.

Atualmente, o Leblon continua sendo um bairro querido e valorizado pelos cariocas. O metro quadrado dos imóveis fez a área tornar-se a mais cara da cidade, o que aumenta mais ainda a curiosidade dos visitantes, que sempre se encantam com as belas paisagens. Fonte: LOPES, Ricado Ferreira e VASCONCELLOS, Lélia Mendes de. Hortomercados Cobal - Rio de Janeiro: tomba-se a forma ou preserva-se o significado?. In: 8º Seminário DOCOMOMO Brasil. Rio de Janeiro, SD. Disponível em http://www.docomomo.org.br/seminario%208%20pdfs/112.pdf SOUSA, Viviane. "Leblon comemora 93 anos". Jornal Via, Rio de Janeiro, agosto/2012, página 6. SN. "Leblon já foi o endereço da maior favela do Rio de Janeiro". Jornal Via, Rio de Janeiro, agosto/2012, página 8. SN. "Cine Miramar: a história do Leblon em cartaz". Jornal Via, Rio de Janeiro, agosto/2012, páginas 10 e 11. SN. "O crescimento do automobilismo brasileiro nas ruas do Leblon". Jornal Via, Rio de Janeiro, agosto/2012, páginas 8 e 9. ROBERTO Carlos e o Diamante Cor de Rosa. Direção: Roberto Farias, Produções Cinematográficas R. F. Farias Ltda. Rio de Janeiro - GB, 1970. 93 minutos. Son, cor. In: http://leblon.com.br/group/historia-do-leblon/page/a-historia-do-leblon-parte-1#.UflhUI03tYA In: http://oglobo.globo.com/rio/mapa-comprova-que-bairro-do-leblon-mais-antigo-5415950 In: http://portaldoleblon.com.br/home/historia/ In: http://www.sindegtur.org.br/2010/arquivos/ipanema.pdf In: http://www0.rio.rj.gov.br/rio_memoria/1888.htm In: http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/apac/anexos/bens_leblon/06_visconde_de_albuquerque/01visconde_de_albuquerque.pdf In: http://spiritosanto.wordpress.com/2010/04/22/memoria-de-favela/ In: http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=70&tpl=printerview&sid=7 In: http://www.rioquepassou.com.br/2012/05/07/pedra-do-baiano-vista-para-a-lagoa-dezembro-de-1921/ In: http://www.lares.org.br/2012/images/704-919-1-RV.pdf In: http://www.almacarioca.com.br/lbn01.htm In: http://www.rioquepassou.com.br/2007/05/04/jardim-de-alah-inicio-dos-anos-40/ In: http://www.rioquepassou.com.br/2008/07/28/pegadinha-2/ In: http://www.rioquepassou.com.br/2009/06/17/leblon-meio-dos-anos-60/ In: http://www.mar.mil.br/en/revistaen2009.pdf In: http://soulbrasileiro.com.br/main/rio-de-janeiro/zonas-e-bairros/zona-sul/leblon-zona-sul-zonas-e-bairros-rio-de-janeiro-main/leblon/ In: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1319789 In: http://www.rioquepassou.com.br/2012/06/01/orla-classica-de-ipanema-e-leblon-noturna-1973/ In: http://www.amoleblon.com.br/templates/amaleblon/publicacao/publicacao.asp?cod_Canal=2&cod_Publicacao=1713 In: http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/apac/anexos/leblon_textos.pdf

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