A atriz Cassia Raquel tem motivos de sobra para comemorar nesse fim de ano. Em novembro, a carioca estreou no “Cirque Du Soleil”, onde apresenta a personagem Singer In Black no espetáculo “Alegria”, em cartaz nos Estados Unidos.
A estreia aconteceu em Houston, onde o grupo se apresenta até janeiro. De lá, o elenco segue se apresentando em Seattle até fevereiro. A terceira cidade deve ser divulgada em breve, mas enquanto isso não acontece, a artista define a experiencia como o trabalho mais agradável de sua vida. “Fui muito bem recepcionada por todas as equipes e é uma estrutura gigantesca, além do privilégio de poder viajar e conhecer várias culturas dentro do mesmo elenco. É uma bagagem que vou carregar por toda a vida. Que sorte poder representar o meu país num espetáculo tão importante e tão querido pelos fãs!”, comemora.
Experiente em teatro musical, com participações em espetáculos como “Beatles Num Céu de Diamantes”, “S’imbora, o Musical – a História de Wilson Simonal”, “Milton Nascimento - Nada Será Como Antes”, “Les Misérables”, “Hair”, “60! Década de Arromba - Doc. Musical”, entre outros, a atriz destaca as diferenças entre se preparar para essas produções e o Cirque Du Soleil: “No musical, o foco é a música. Ela quem conta a história e dependendo da peça, quase não há texto falado, às vezes nem há. O elenco todo canta. No ‘Cirque’, a música está a serviço de toda a movimentação; muitas vezes, é apenas instrumental, com apenas uma ou duas pessoas cantando”.
Sua personagem é uma das que dá voz ao espetáculo e para isso, a intérprete intensificou os ensaios: “Primeiro, estudei as canções, tanto os solos quanto os duetos com atenção especial à dicção, pois são vários idiomas. Só depois que montamos o quebra-cabeças no palco com os demais”. Essa etapa foi feita de maneira diferente das demais encenações do grupo, uma vez que os cuidados com a pandemia de COVID-19 ainda são necessários: “Todos estão sendo bem mais cautelosos e as exigências de usar máscaras em todo o tempo e de monitoramento de temperatura permanecem, além da comprovação de vacinação que nos dá maior segurança. Temos que ser rigorosos para vencermos essa doença o quanto antes”.
A aprovação nos testes veio exatamente em um momento no qual a artista se reinventava. “Eu estava ensaiando uma peça no Rio apenas com vozes femininas e fomos interrompidas. Aproveitei para fazer uma pós graduação, me reinventar na forma de abordar minhas aulas com meus alunos na modalidade remota e ainda compus e lancei um musical em formato podcast (“Dom Pedro I - Bastidores de um Musical”). A melhor forma de não surtar foi justamente potencializando o que eu mais gostava de fazer: teatro e música”.
O retorno aos palcos demorou mais que o esperado: “Alegria” voltou a ser encenado apenas em novembro de 2021, um ano e oito meses após o espetáculo presencial anterior ser interrompido, maior intervalo que a atriz ficou fora dos palcos desde sua estreia. “Na igreja, meu pai, que era o pastor, sempre incentivou ensino de música e apresentações de teatro nos eventos. Então, sempre estive inserida neste universo mesmo que de modo amador. O desejo só aumentou quando tive a oportunidade de participar do programa Ídolos em 2008. Quando me senti pronta, me inscrevi para o ‘Hair’ em 2010 e nunca mais parei”
Antes de sua estreia profissional, Cássia começou a estudar música em um curso do grupo Pão-de-Açúcar, que, posteriormente, deu origem à Orquestra Violões do Forte, com outros patrocinadores. Já nessa época, inspirava-se por nomes como Shirley Carvalhaes e Cristina Mel, apontadas como as maiores belters (cantoras que estendem o registro de voz de peito para uma região mais aguda) de sua geração, mas ao longo de sua trajetória, passou por várias vertentes musicais, inclusive a ópera. Ainda assim, descreve Michael Jackson como o que escuta quase diariamente: “É um artista completo, que canta, dança, atua e tem os clipes mais fantásticos produzidos até hoje. São os mesmos requisitos para o meu trabalho principal, que é teatro musical.
Apesar de ter estreado recentemente no “Cirque Du Soleil”, a atriz aponta já estar pensando em planos para o que virá depois, ainda que deseje que a participação no grupo seja longa. “Sou uma pessoa super ansiosa, então não consigo controlar minhas expectativas em relação ao futuro. Isso não me impede de desfrutar de cada segundo. Sonho em continuar aqui por longos anos. Que esse seja apenas o começo de uma linda trajetória”, conclui.
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