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Administrador regional faz balanço do primeiro ano no cargo e comenta expectativas para 2022


Marcos Perota

A chegada de 2022 é recebida com muitas expectativas pelo administrador Marcos Perota, que há quase um ano gere a Gerência Executiva Local de Copacabana (GEL), nome atual da antiga 5ª Região Administrativa. Apesar de algumas novidades implementadas ainda em 2021, como a mudança para uma nova sede após oito anos funcionando temporariamente em outros endereços, são esperadas ainda mais melhorias no trabalho e, consequentemente, para Copacabana com a virada do ano.


“Nesse período a gente pôde entender na prática como Copacabana é um colosso. É um bairro gigante, com uma população enorme. São 160 mil moradores, sendo 43 mil idosos; quatro corredores comerciais gigantescos; 9% do IPTU arrecadado… Principalmente por conta do governo anterior, ficou muito abandonado e com pouca fiscalização. O que a gente encontrou foi esse cenário: muitos ambulantes, muita população em situação de rua e os moradores sem referências a quem recorrer, de fato. Devagarinho, assumimos essa referência, ao lado da Subprefeitura e dos outros órgãos, mas a GEL fez de forma mais imediata, nas ruas. A pedido do prefeito, fizemos um trabalho ostensivo com o 1746 ambulante. Estamos nas ruas atendendo todo mundo”, comemora Perota, que aponta as principais reclamações recebidas:

A equipe da GEL

“As questões de ordem pública, referentes a obstáculos e ambulantes nas ruas e nos passeios, e sociais. A população em situação de rua cresceu muito. São mais de 800 pessoas em Copacabana, segundo o Censo da Secretaria de Assistência Social, e a pandemia acentuou o problema. O Centro também está sofrendo muito com isso. Claro que a questão da conservação também é muito importante, principalmente nas calçadas e referentes às raízes de árvores, como amendoeiras. Há bastantes solicitações dessas demandas principalmente nas esquinas da Av. N. Sª de Copacabana com as ruas Santa Clara, Miguel Lemos e Siqueira Campos”.


Uma das ações realizadas recentemente, em parceria com o Conselho Tutelar e a 13º DP, resultou em duas prisões, somente em dezembro, de mulheres que alugavam crianças. “O Conselho não costuma atuar de forma ostensiva nas ruas, apenas fica recebendo os menores. Contraditoriamente, o conselheiro é o único que pode abordar a criança e a mãe. O assistente social não pode, eu não posso, o policial não pode… A gente articulou a presença desse profissional na rua, com a DP. Assim, descobriu que havia um mandado de prisão contra uma das mulheres que estavam presentes. Temos experiência em fazer esse tipo de ação, mas não fazemos mais ainda por conta da reorganização que o prefeito está promovendo na Prefeitura. Ele está chamando principalmente guardas novos, já que há um déficit muito grande. Acho que, assim, a gente vai conseguir fazer ações de forma mais rotineira e prestar contas para a população.”


Perota, na gestão anterior de Eduardo Paes, trabalhou na Subprefeitura da Zona Sul por muitos anos, onde ganhou experiência para assumir a GEL. “Quando você traz uma demanda para mim, tenho dois caminhos: posso encaminhá-la via ofício ou posso ir lá no órgão, pegar o responsável pelo braço e dizer ‘vamos lá no endereço tal, a moradora tá com um problema assim e precisamos resolver’. A gente fazia muito isso e mobilizava os órgãos para cada ação, seja de demolição de construção irregular, de população em situação de rua... Estou acostumado a fazer isso”.

Perota na frente do novo prédio da GEL

Essa habilidade de interlocução foi responsável por uma grande novidade para a GEL: a nova sede, na Avenida Princesa Isabel, 183. “Foi a primeira coisa que busquei fazer quando assumi. Há oito anos, o órgão funcionava nos fundos do batalhão. Éramos um conjunto com os comandantes, mas eles precisavam do espaço e a gente, de um lugar ideal para desenvolver nossas atividades. Fora que muita gente ficava constrangida em ir am batalhão, as pessoas não se sentiam à vontade. Pedi e prontamente o Eduardo Paes ligou para a presidente da Riotur, Daniela Maia, que nos cedeu um espaço no prédio. Agora, a GEL está sediada ali. Estamos no terceiro andar”.


Apesar de comemorar a conquista, Perota encara o endereço como temporário: “Ainda não é o melhor, mas precisávamos sair de onde estávamos e ir para algum prédio com outros órgãos da Prefeitura. No novo, há um problema de acessibilidade grave, já que não há elevador”, cita, mencionando diálogos com Monsenhor Aroldo, da Paróquia Nossa Senhora de Copacabana, para tentar mudar o órgão para outro espaço. “A Igreja tem alguns imóveis que talvez possam ser disponibilizados, com alguma contrapartida”. A questão da localização também é uma preocupação: “A ideia é que o nova sede seja mais para o meio de Copacabana porque a GEL ficou distante para alguns moradores”, diz, sonhando com uma mudança para as imediações das ruas Figueiredo Magalhães ou Siqueira Campos.


Essa não é a única expectativa para 2022. Principalmente na área social, Perota está otimista em relação às perspectivas de trabalho. “A gente já conversou com a secretária de assistência social, Laura Carneiro, e ela vai aumentar o efetivo na questão de aparato logístico e de pessoal. Já para dia 10 ou 15, teremos mais agentes educadores e vans disponíveis para atender Copacabana, bairro onde o prefeito pediu prioridade, junto com o Centro. Por conta do Termo de Ajustamento de Conduta (firmado entre a Prefeitura, na antiga gestão de Eduardo Paes, e o Ministério Público Estadual com o objetivo de regulamentar as ações de acolhimento), a gente tem regras para cumprir”. A ideia é realizar os trabalhos em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde: “A maioria dessas pessoas é dependente química. Se não tratar, não fecha o ciclo do acolhimento. Ele vai para o abrigo, toma um banho e dificilmente não volta para a rua. O ano de 2021 foi de reorganização da máquina pública, mas no meu planejamento para 2022, pedi até a presença de uma ambulância nas ações porque muitas vezes a pessoa está em surto ou em choque e precisa de atendimento imediato”.


O planejamento da cidade para as chuvas de verão, que antes mesmo do começo da temporada trouxeram grandes transtornos para a cidade, também está entre as ações a serem desempenhadas a curto prazo, mas Perota é enfátivo ao destacar que reformar a tubulação em alguns pontos é imprenscindível. “A esquina das ruas Toneleiro e Siqueira Campos é uma área crítica. Ali demanda de obra estrutural na parte hidráulica”. A intervenção já foi solicitada à Prefeitura, mas enquanto não sai do papel, a GEL segue desempenhando um trabalho mais reativo que proativo, conforme aponta o administrador:


“Estamos fazendo limpezas nas galerias e nos bueiros com a Secretaria de Conservação, mas nos dias de chuvas fortes, ficamos na expectativa e mobilizamos o pessoal para os locais críticos, onde há quedas de árvores e alagamentos”. As atenções, entretanto, não são voltadas apenas a essas questões, uma vez que estes não são os únicos problemas causados pelas tempestades: “Nossa maior preocupação é com os fios que ficam soltos e com as quedas, já que quando os galhos caem, batem neles. Em dezembro, estivemos no Leme em uma das chuvas, e rapidamente acionei a Rioluz e a Light”, finaliza.

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