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Coluna "Turismo": Sumidouro

Que tal planejar uma viagem para relaxar quando a pandemia acabar? Apesar de ainda ser incerto quando isso vai acontecer, já é possível fazer planos, ainda que sem data para eles se concretizarem. Que tal conhecer o interior do próprio Rio? A cidade de Sumidouro, apesar de pequenininha, reúne atrativos suficientes para um passeio de fim de semana. Preparado para conhecer?


O local teve grande importância no passado fluminense e ainda conserva muitos indícios daqueles tempos áureos. Inicialmente um posto militar onde a passagem do ouro que vinha de Minas Gerais era controlada, nas medida em que essa atividade entrou em declínio, o cultivo do café tornou-se a principal fonte econômica até a abolição da escravidão, quando a mão-de-obra foi substituída pela dos imigrantes europeus. A chegada da estrada de ferro Leopoldina à região impulsionou o crescimento, freado com a crise norte-americana de 1929. Naquele contexto, os Estados Unidos pararam de comprar café brasileiro, fazendo a economia locais entrar em colapso. A partir disso, o município, até os dias atuais, registrou baixo crescimento demográfico, permitindo que parte da história ainda possa ser conhecida de perto.


A Fazenda Santa Cruz, antes a maior produtora de café, é uma das abertas a visitação. Fundada em 1880, atualmente, seu casarão, com 17 quartos, encontra-se inteiramente preservado. É nele que ocorre a venda da cachaça produzida artesanalmente ali mesmo – outros produtos ainda feitos ali são açúcar e rapadura, como antigamente. É nela que ficam os tres Túneis de Murineli. As passagens foram construídas ainda pelos escravos, que dispuseram os grandes blocos de pedras extraídas da própria rocha de maneira artística, o que faz deles atrativos de grande valor histórico.

Fazenda Santa Cruz, em Sumidouro
Fazenda Santa Cruz
Fazenda Santa Cruz, em Sumidouro
Fazenda Santa Cruz

As ruínas da ponte seca também relembram este passado. Todos os pilares, produzidos da mesma maneira, estão de pé e são muito visitados por quem deseja conhecê-los e bater boas fotos. Como eles estão erguidos no alto de um pequeno monte, é necessária uma breve escalada de aproximadamente 5m, que pode ser feita sem o uso de cordas, apenas apoiando-se ao longo do caminho.

Ruínas da Ponte Seca, em Sumidouro
Ruínas da ponte seca
Ponte seca, no passado

Ainda na zona rural, um dos principais atrativos é a Cascata Conde D’Eu, a maior queda d’água do estado do Rio de Janeiro, com 127 metros de altura – o equivalente a um prédio de 42 andares. A estrada que conduz até não é asfaltada e encontra-se bastante esburacada, o que pode dificultar ou até impossibilitar a passagem, dependendo do veículo. Certifique-se que o carro utilizado no passeio consegue trafegar por caminhos acidentados: em caso de dúvida, não vá. Não há sinal de celular nos quilômetros do entorno. Se a ida for possível, a altura e a beleza da cascata serão visíveis ainda do caminho: é inacreditável. A força da água é tão grande que, ao chegar na área usada como estacionamento, você irá se molhar por causa dos “respingos” dela. Contemple a beleza dali antes de se aproximar.

Cascata Conde D'Eu, em Sumidouro
Cascata Conde D'Eu

Há três opções de caminho, mas apenas um é aconselhado, por segurança (o que fica logo na direção da cascada é constantemente enxarcado, o que faz dele escorregadio e sujeito a acidentes; e o da esquerda deste, também frequentemente inundado, oferece risco de morte, o que faz dele desaconselhado em qualquer circunstância) – o seguro fica à direita de quem observa a queda d’água, em frente à entrada do local. A trilha, bastante leve, é aconselhada para todos os públicos: são menos de dois minutos de caminhada sem grandes declives até a beira do rio. Ele não é indicado para banho exatamente devido à força de suas correntezas, mas é possível contemplar o belo cenário com segurança. Aproveite para descansar e bater fotos antes de ir embora.


Chegando à cidade, não deixe de reparar, na entrada dela, na Pedra Duas Irmãs. Trata-se do cartão-postal local: composta por duas rochas equilibradas uma na outra, formando uma passagem no meio delas. Siga alguns metros adiante e visite o Casarão. Trata-se da construção mais antiga da cidade e sede de uma fazenda que não existe mais, mas que teve o imóvel principal preservado. Transformado em centro cultural, pode ser visitado quando há alguma programação em cartaz (com feiras de artesanato).

Pedra Duas Irmãs, em Sumidouro
Pedra Duas Irmãs

Apesar dos atrativos, Sumidouro não possui estrutura turística. As melhores opções de hospedagem ficam nos municípios próximos, como Nova Friburgo. Aproveite também esta cidade, mas lembre-se que parte do comércio e das atrações não funcionam aos domingos. Se estiver por lá neste dia da semana, não desperdice a ida: dedique ele a algum dos parques.

O maior do estado do Rio de Janeiro, o Estadual dos Três Picos, faz referência, em seu nome, ao trecho de Friburgo, distante 40 minutos do Centro. Muitas das trilhas podem ser feitas sem guia, já que não oferecem dificuldade. Dedique-se a algumas esse contato com a natureza local. Mais próximo, o Parque Ecológico Cão Sentado é um dos símbolos da cidade. Indicado para toda a família, é repleto de cavernas e grutas no caminho que conduz até a pedra que batiza a unidade. Imponente no alto de seus 111m (aproximadamente 3x o Cristo Redentor), destaca-se tanto pelas dimensões quanto pela semelhança com um cachorro sentado. Aproveite esse contato com a natureza após tantos meses em casa!

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