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Biblioteca Nacional


Biblioteca Nacional, na Cinelândia
Biblioteca Nacional

A Biblioteca Nacional foi inaugurada em 1810 com o nome de Real Biblioteca. A novidade foi uma das inovações trazidas pela família real portuguesa, responsável pela vinda de cerca de 60 mil peças. A sede atual foi construída 100 anos depois, após a abertura da Avenida Central (atual Rio Branco), durante as obras de modernização da cidade promovidas pelo prefeito Pereira Passos. Atualmente, os mais de 9 milhões de livros fazem dela a maior biblioteca da América Latina e uma das dez mais completas do mundo. O acervo atual teve início com a coleção de livros de D. João, rei de Portugal entre 1385 e 1433, que fundou a Real Biblioteca lusitana. Desde então, novos títulos foram sendo incluídos. Em 1755, um grande terremoto, seguido de uma tsunami, atingiu Lisboa. O incidente provocou um incêndio que destruiu o prédio no qual as publicações eram mantidas. Estima-se que 70 mil itens, entre livros e obras de arte, foram perdidos. No entanto, o pouco que restou foi recolhido pelo rei D. José, que deu início a uma nova coletânea. Para isso, ele adquiriu títulos de arquivos particulares e de mosteiros, além de ter incorporado os materiais dos jesuítas (expulsos de Portugal e suas colônias dois anos depois do acidente) e recebido doações. A nova biblioteca, à qual somente pessoas ligadas diretamente à corte tinham acesso, possuía ainda os títulos que, de acordo com o primeiro ministro, o Marques de Pombal, não eram de acordo com os pensamentos iluministas e por isso eram censurados. Com a morte de D. José, o reinado foi assumido por sua filha, D. Maria, e tudo o que tinha relações com Pombal começou a ser substituído. Dessa forma, foi construído um novo espaço, que foi aberto à população, chamado de Real Biblioteca Pública. Com a vinda de D. Maria, seu filho (o príncipe regente, D. João) e de toda a corte portuguesa ao Brasil, em 1808, os livros foram separados em três lotes, que foram esquecidos no porto de Lisboa. O primeiro veio somente em 1810. Cerca de 60 mil peças (livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas) foram trazidas e acomodadas em uma das salas do Hospital do Carmo, que funcionava no interior do Convento da Ordem Terceira do Carmo, nas proximidades da Praça XV. A Real Biblioteca foi fundada em 29 de outubro desse ano, após um decreto no qual D. João determinou que o acervo fosse instalado nas antigas catacumbas do convento, devido à falta de espaço físico do local anterior. Durante quatro anos, o acesso ao público era proibido, como durante o reinado de D. José. A coleção não parava de crescer por causa de uma regra que determinava que a instituição deveria receber uma cópia de cada publicação lançada por Portugal e, posteriormente, com a criação da Imprensa Régia, pelo Brasil. Além disso, em 1811, o segundo lote com parte do acervo chegou. O terceiro nunca foi enviado devido à melhora da situação política no país lusitano, que já não sofria mais ameaças de invasão por parte de Napoleão Bonaparte. Com a volta do regente ao seu país de origem, em 1821, parte do material também retornou. O que sobrou foi adquirido após a proclamação da independência, devido à Convenção Adicional ao Tratado de Paz e Amizade assinado entre Brasil e Portugal, em 1825, que determinou o pagamento de dois milhões de libras esterlinas (valor determinado usando a moeda inglesa como referência por causa de um empréstimo contraído em Londres dois anos antes) ao país lusitano como indenização pelos bens deixados no antigo vice-reino. A biblioteca representaria cerca de 12,5% desse montante. Em 1858, o espaço físico voltou a ser um problema e a instituição novamente mudou de endereço. Em 5 de agosto, passou a ocupar um prédio na Rua do Passeio (onde, depois, passou a funcionar a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que demoliu parte da estrutura antiga para a ampliação da instituição). Foi lá que a Biblioteca Imperial e Pública (nomenclatura adotada em 1822) passou a integrar duas coleções distintas: a da Biblioteca do Rei e a da Casa do Infantado (coleção de bens materiais, propriedades e rendimentos de propriedade do segundo filho do rei, que não tinha o título de príncipe). Apesar do tamanho da nova sede, em pouco tempo ela também se tornou pequena para a quantidade de materiais. Com a abertura da Avenida Central, o acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (o nome novamente fora alterado em 1858) foi instalado em um novo prédio, erguido entre 1905 e 1910, em um terreno conquistado após a demolição de parte do Morro do Castelo. Projetado pelo arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar, fez parte do momento eclético das construções brasileiras, misturando elementos do neoclassicismo e do art nouveau. O prédio foi inaugurado no mesmo ano do centenário da instituição e contém ornamentos de artistas renomadas da época, como Eliseu Visconti, Henrique e Rodolfo Bernardelli, Modesto Brocos e Rodolfo Amoedo. Diferente dos espaços anteriores, esse foi planejado para sediar uma biblioteca: as armações e as estantes são feitas de aço, material forte o suficiente para aguentar o peso dos livros. Em 1948, a coleção recebeu seu nome recente: Biblioteca Nacional. Posteriormente, em 1973, o prédio e seu jardim foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o que impede outra transferência. Apesar de, na época da construção, o crescimento do acervo ter sido planejado, os mais de 100 anos que se passaram fizera com que o prédio ficasse pequeno demais para tantos objetos. Para solucionar essa questão, foi erguido um prédio anexo, na zona portuária, onde todos os impressos (principalmente periódicos) que não cabem mais na sede são guardados. A Biblioteca Nacional foi transformada em fundação em 1990 e, com isso, passou a exercer funções relacionadas à política cultural. Atualmente, a coleção abrange livros, cartografia, iconografia, manuscritos, músicas (desde 2010, uma lei determina que as obras musicais precisam ser registradas nos arquivos da Fundação Biblioteca Nacional) e periódicos, além de obras raras. O acervo pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h, e, aos sábados, até às 15h. Os visitantes que quiserem conhecer mais detalhes podem optar pela visita guiada, que acontece de segunda a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 12h30m às 16h30m. Mais informações podem ser obtidas através dos telefones (21) 2220-9484 e 3095-3881.

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