Cirurgias plásticas estão cada vez mais em alta. A rinoplastia, focada em procedimentos na região do nariz, é um dos destaques. Em 2020, já em plena pandemia, as buscas pelo termo “rinoplastia” aumentaram em 4800%, segundo dados no Google. Os consultórios também experimentaram esse aumento, sendo o Brasil um dos países que mais operam em todo o mundo.
“Esse sucesso é atribuído às novas tendências e às constantes evoluções em procedimentos”, afirma o otorrinolaringologista Guilherme Scheibel. De fato, técnicas antigas e defasadas estão sendo, pouco a pouco, substituídas por métodos mais avançados e que prometem melhores resultados a longo prazo. O próprio médico desenvolveu alguns deles:
“Tudo começou com meu curso voltado para profissionais que querem se especializar em rinoplastia, o Virtual Fellow. Eu estava ensinando para as pessoas e precisava, de alguma forma, organizar e sistematizar o passo a passo das minhas cirurgias. Isso acabou se tornando o que eu chamo de fluxograma da rinoplastia, que é mapeia todas as etapas da cirurgia e o que precisa se pensar e executar em cada uma delas”, explica o médico.
Ele lista as principais técnicas que aprimorou ao longo dos anos.
Método TRHW
É uma sequência desenvolvida para prever o resultado final desde o início da cirurgia, realizando o posicionamento da ponta e a retirada precisa da parte do dorso.
“Quando a gente vai remodelar o nariz, existem algumas manobras permanentes que, se executadas de forma errada, podem comprometer muito o resultado final e são difíceis de serem revertidas. Um exemplo é a remoção do dorso, que a maioria dos cirurgiões que são inexperientes ou que não têm muito conhecimento, acha que é a parte mais fácil da cirurgia. Mas é a parte que tem maior potencial de problemas, apesar de ser de simples execução”, aponta.
A sequência é baseada na sigla do nome TRHW: T de Tip (ponta), R de radix, H de Height (altura do dorso), e o W de Width (largura da base). “Analisando esses parâmetros, você vai ter a noção exata de como aquele nariz precisa ficar, apresentando uma previsibilidade bem maior do resultado”, enfatiza.
Uso de moldes e Marcador Anatômico Nasal
O método TRHW é aplicado com o uso de moldes plásticos e aparelhos especiais para posicionamento preciso da ponta e estimativa de utilização de enxertos. “O molde é um dos destaques. Feito de silicone, ele tem vários formatos que utilizo para programar toda a cirurgia e dar contorno ideal para o nariz”, descreve.
O especialista também utiliza um aparelho chamado Nasal Anatomic Marker, em português, Medidor Anatômico Nasal, para auxiliar na avaliação de cada caso. “Após escolhida a posição com o molde, é feita a marcação com esse aparelho. O molde é removido, utilizado para confeccionar o enxerto e, então, reposicionado, utilizando o marcador”, continua.“Depois da cirurgia, o médico ainda poderá mostrar ao paciente todas as modificações que fez, comparando com a marcação feita no pré operatório”.
“Eu comparo a rinoplastia com uma construção. Você pode chegar em uma casa e derrubar todas as colunas. Assim era o jeito antigo de se fazer rinoplastia, só que havia um porém: isso desestruturava e fragilizava o nariz, pois se tirava muitas cartilagens. Por outro lado, você pode construir um prédio, com uma fundação bem forte, estruturada e ainda decorar o prédio, colocando os detalhes e tudo mais. As técnicas mais atuais promovem esse tipo de resultado”, completa Guilherme.
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