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Coluna "Turismo": Rússia (São Petersburgo)

(publicada na edição 478)




A Copa do Mundo está chegando e, consequentemente, as atenções cada vez mais voltadas à Rússia, país-sede do campeonato. Os jogos acontecerão em dez cidades, mas São Petersburgo é uma das que deve atrair mais turistas. Conhecida mundialmente pela imponência de algumas de suas construções, é um destino que merece muitos dias para ser conhecido e, devido às condições climáticas, a melhor época para visitá-lo é exatamente no período que compreende o torneio esportivo.


São Petersburgo fica no extremo oeste da Rússia, entre as fronteiras a Estônia e da Finlândia. É a quarta maior cidade europeia e bastante fria na maior parte do ano, mas com temperaturas que podem chegar a 30 graus no verão – entretanto, os ventos gelados exigirão uso de casaco. Repleta de história, começou a ser construída no começo do século XVIII e logo foi transformada na capital russa, substituindo Moscou.


Muitos visitantes optam por visitar o centro histórico inteiro em um dia, mas algumas das atrações merecem muitas horas (ou mesmo algumas idas) dedicadas a elas. Uma delas é o Palácio de Inverno, residência oficial dos czares russos e última moradia dos Romanov, a última família imperial russa antes da Revolução de 1917, que deu origem à União Soviética e mudou o nome de São Petersburgo para Petrogrado. Atualmente, o local sedia o Museu Hermitage, um dos maiores do mundo, com 3 milhões de peças em seu acervo distribuído nas 1.057 salas, acessadas por 117 escadarias. Nele, há itens representando diversas culturas europeias, africanas, russas e de civilizações orientais ao longo dos séculos, além de obras de artistas como Leonardo Da Vinci, Monet, Cézanne, Caravaggio e Van Gogh dispostas em cômodos que, mesmo vazios, já impressionariam os turistas.

Palácio de Inverno
Palácio de Inverno
Palácio de Inverno



Perto dali, fica a Catedral de São Isaac, a maior igreja ortodoxa da Rússia. De tão alta, pode-se ver a cidade inteira do alto de sua enorme cúpula dourada, usada como referência pelos alemães na Segunda Guerra Mundial. Como eles evitavam bombardeá-la por este motivo, foram guardados em seu interior as principais obras de arte do país, salvas de possíveis destruições graças a isso – ainda assim, há muitas marcas de balas nas paredes ainda nos dias atuais, simbolizando esse triste passado. Atualmente, em seu interior luxuoso, onde podem ser vistos muitos detalhes de mármore e pedras semipreciosas em paredes e colunas bastante decoradas, e também há um museu repleto de pinturas, mosaicos e esculturas.

Catedral de São Isaac
Catedral de São Isaac

No outro lado do Palácio de Inverno, há a Igreja do Salvador do Sangue Derramado, o principal cartão-postal da cidade. O nome tem origem em um fato histórico: foi exatamente ali que, no passado, aconteceu o atentado que matou o czar Alexandre II. Possui diversas cúpulas, cada uma retratando uma passagem bíblica através de mosaicos. São tantos detalhes que muitos visitantes se distraem e não percebem a hora passar: para a maior parte deles, essa é a igreja mais bonita do mundo.

Igreja do Salvador do Sangue Derramado
Igreja do Salvador do Sangue Derramado

Outra maneira de aproveitar o centro histórico é através de um passeio de barco pelo Rio Neva, que compõe a rede hidroviária de São Petersburgo – como Veneza, na Itália, a cidade foi possui diversos canais com cerca de 300 pontes – na verdade, a inspiração de Pedro, o Grande foi Amsterdan, na Holanda, mas a outra comuna tornou-se alvo das comparações. Atravessando a situada em frente ao Hermitage, há ainda outro passeio imperdível: a Fortaleza de São Pedro e São Paulo, a primeira construção da área. Em seu interior, há um complexo cultural com diversas atrações, como a catedral homônima, onde estão os túmulos de quase todos os czares desde Pedro, o Grande, até toda a família Romanov. É aconselhado contratar um guia privativo, já que as placas de identificação estão em russo e sem tradução. O local ainda oferece outros atrativos como a antiga prisão e um museu, mas são as demonstrações de tiros de canhão, que acontecem em horários pré-determinados, que fazem a alegria dos turistas avisados – os que são pegos de surpresa costumam se assustar com o estrondo.

Catedral de São Pedro e São Paulo

Outro lugar a ser visitado no centro histórico de São Petersburgo é o Palácio Stroganov e, de preferência, na hora do almoço. Trata-se de uma chance única de experimentar a receita original do strognoff no local onde o prato foi criado após o antigo dono da propriedade, Barão Sergei Stroganov, receber um convidado que, devido a um problema nas mãos, não podia usar a faca para cortar a carne. O anfitrião ordenou que o escalope, servido em um molho especial preparado durante dois dias, fosse partido antes de chegar à mesa e o sucesso foi tão grande que a iguaria passou a ser consumida em diversos lugares do mundo. Enquanto o prato é preparado, é comum os garçons levarem os clientes para conhecerem cômodos como a adega e os espaços secretos do subsolo.


Saindo do Centro Histórico, muitos turistas visitam o Palácio Peterhof. Uma maneira de chegar nele é de barcos que saem da frente do Museu Hermitage, o que, além de ser mais rápido que a combinação metrô e ônibus, é também mais charmoso. Trata-se de um passeio que dura o dia inteiro porque além de os jardins serem imensos, há diversas exposições a serem visitadas. O palácio foi praticamente inteiro reconstruído após a Segunda Guerra Mundial, mas mantém seu esplendor do passado – ele foi inspirado no Palácio de Versalhes, na França, após o czar Pedro, o Grande, visitá-lo. As diversas fontes tornam o passeio imperdível: a principal delas alcança até 20m sem bomba jorrando a água (o efeito é obtido devido às nascentes estarem nos jardins superiores e a diferença de altura provoca a pressão necessária). Apesar de atrair um enorme número de visitantes, os guias locais falam apenas russo, o que faz muitos frequentadores contratarem condutores particulares.

Palácio Peterhof
Palácio Peterhof
Palácio Peterhof
Palácio Peterhof

Outra propriedade a ser conferida é o Palácio de Catarina, projetado para a imperatriz Catarina I, esposa de Pedro, o Grande. Com jardins mais simples, possui a parte interna ainda mais luxuosa que o primeiro e costuma ser mais vazio que Peterhof. Apesar de a propriedade levar o nome da primeira mulher a governar sozinha a Rússia, foi sua filha, Isabel, a responsável por remodelar a construção e dar a ela os ares imponentes atuais, complementados pelas novas edificações erguidas no governo da imperatriz Catarina II (a Catarina, a Grande). Dentre os cômodos, há o imponente Salão de Ambar, cujas peças originais (seis toneladas de âmbar, folhas de ouro e pedras semipreciosas) desapareceram durante a Segunda Guerra Mundial – as atuais fazem parte de uma reconstrução de 2003. Outras dezenas de cômodos ainda seguem sendo refeitos.

Palácio de Catarina
Palácio de Catarina
Palácio de Catarina

São Petersburgo possui muito a ser visitado. Uma simples caminhada pela Nevsky Prospekt, a rua principal, é um grande passeio, já que ela concentra os melhores bares e lojas da cidade. Perto de uma das esquinas dela, há ainda o Museu Fabergé, com os ovos de Páscoa da época dos czares – feitos de outro e pedras preciosas. Eles estão todos expostos, junto com grande acervo de prataria e porcelana da época dos antigos monarcas. Outras joias arquitetônicas podem ser encontradas em um simples passeio. Ficou curioso? Procure os anunciantes do Jornal Posto Seis e programe sua ida à cidade.

Museu Fabergé (Foto: Facebook Музей Фаберже - Fabergé museum)

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