(publicada na edição 483)

O meio do ano é a melhor época para visitar Belém. A capital do Pará é um excelente porta de entrada para quem deseja conhecer a Amazônia, além de concentrar atrativos que fazem de lá um destino único e inesquecível. Bastante visitada no período do Círio de Nazaré, a cidade oferece atrativos únicos que mostram um pouquinho do que o Norte do Brasil tem a oferecer.
O principal cartão-postal é o Mercado Ver-O-Peso. É um dos mais antigos do país e onde pode-se comprar de tudo, como enormes peixes, tapiocas, camarões secos, garrafas do delicioso tucupi (uma das iguarias típicas da região – trata-se de um caldo a base de aipim que acompanha diversos pratos), frutas variadas e suas polpas, castanhas-do-pará (com vendedores descascando-as manualmente), perfumes, elixires, “garrafadas medicinais”, essências para banho e até vudus. A variedade impressiona os visitantes, que, infelizmente, nos últimos anos, tem criticado bastante a manutenção da feira, mas que ainda merece ser visitada pelos curiosos em conhecer sua enorme variedade de produtos.




Não deixe de emendar o passeio com a Estação das Docas, situada bem ao lado do mercado e que reúne no mesmo endereço gastronomia, cultura e lazer. Três antigos armazéns foram reformados e se transformaram em um grande atrativo turístico. É lá que os visitantes experimentam a famosa cachaça de jambu e saem para o passeio de barco pela Baía do Guajará, onde podem conhecer Belém e seus cartões-postais através de outro ângulo, além de assistir um show autêntico de carimbó.

Perto dali, fica o Complexo Feliz Lusitânia, que reúne diversos atrativos. Nomeado devido à maneira pela qual os portugueses chamavam aquele núcleo original da cidade ele transporta os visitantes a uma passagem no tempo com seus prédios do século XVII. De um lado fica a Catedral da Sé, cuja arquitetura combina traços neoclássicos com barroco e traços orientais; do outro, a Santo Alexandre, com um lindo museu de arte sacra que ficou abandonado por muito tempo. Ficam ali também o Forte do Presépio, erguido em 1616 para proteger o território dos ataques dos índios e de estrangeiros; e a Casa das 11 Janelas, que já foi um ponto de referência na área e atualmente abriga um museu de arte contemporânea, e outras construções antigas que também servem de pano de fundo para muitas fotos.




É da Catedral que, no segundo domingo de outubro, é iniciado o Círio de Nazaré levando a réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré encontrada ali em 1700, sai de lá rumo à basílica que leva o nome da santa (e que é a única no Norte do país) – o trajeto, na verdade, começa dias antes, passando por outros municípios e reúne, em média, dois milhões de fiéis anualmente. Fora da data festiva, o templo religioso onde a festa se encerra também é bastante visitado por católicos, que fazem pedidos e agradecimentos, e por curiosos por conhecer sua beleza.


Outro cartão postal é o centenário Theatro da Paz, aberto para visitas guiadas. Construído há 130 anos, na época de ouro da borracha na região Amazônica – Belém era, inclusive, a “capital da borracha”, seu interior é um dos mais luxuosos do Brasil, já que a casa fora erguida para receber grandes espetáculos líricos. Atualmente, sua programação é bastante variada e inclui diversos gêneros musicais e teatrais.

Para os amantes da natureza, Belém também reserva muitos atrativos. O Mangal das Garças é um deles. O parque zoobotânico foi inaugurado em 2005 e ocupa uma área de 40 mil m², onde os visitantes podem passear livremente por um jardim bastante enfeitado repleto de aves, répteis e anfíbios que vivem soltos ali. A entrada é gratuita, apesar de alguns atrativos serem pagos.





Já quem prefere uma experiência mais “amazônica” não pode perder o passeio à Ilha do Combu. O acesso é bastante econômico e apesar da maioria dos visitantes optarem por desembarcar nos primeiros restaurantes, com vista para Belém, o passeio fica ainda mais interessante quando a escolha é algum dos que ficam no interior da ilha. Até chegar lá, navega-se por um belo rio, repleto de vegetação nativa nas margens, habitadas por muitos ribeirinhos. Vá de roupa de banho e escolha algum estabelecimento que permita banhar-se nas águas, naturalmente quentinhas. Para voltar, basta sinalizar para algum barqueiro com a mão, como quem pede um táxi. Não vá embora sem parar na Fábrica ds Chocolates Dona Nena, que produz os doces com cacau orgânico cultivado ali mesmo. É possível degustar algumas das guloseimas antes e a estratégia é certeira: ninguém vai embora de mão vazia.




Belém também é conhecida pelo turismo gastronômico. Muitos de seus pratos não são encontrados em outras partes do país. Dentre as iguarias, destacam-se o tacacá, o caruru e a maniçoba, mas os pratos a base de tucupi e jambu (uma erva bastante usada em temperos) também fazem sucesso, assim como o açaí (bastante diferente do consumido no Sudeste, o de lá geralmente acompanha pratos salgados, como peixes gritos). Não deixe de experimentar tudo! Procure uma agência de turismo anunciante do Jornal Posto Seis e faça sua reserva para as próximas férias!

Kommentare